A docência aliada à arte

A docência aliada à arte

A docência aliada à arte

“Valeu a pena, acho que valeu a pena ser professora” 

Movida pela arte e pela docência, dedicou 36 anos à educação, 18 deles na Escola Superior de Educação, em Setúbal. Passou por várias instituições de ensino, “dei aulas no Colégio São João de Deus, no Liceu Dom João de Castro e dei aulas em Benguela, em África”, e desempenhou diversos papéis de ordem pedagógica, por exemplo, no “Ministério da Educação, na Divisão de Orientação Educativa”. Na altura em que apareceram as Escolas Superiores de Educação, Maria José Brito candidatou-se em Lisboa e em Setúbal, onde foi aceite e se manteve. “Independentemente do lugar em que ficasse em Lisboa, eu ia optar por Setúbal”. // A ESE já viu várias casas. No início, “funcionava no Palácio Fryxell”, fundada pela Comissão Fundadora, da qual a docente fez parte. “Éramos uns 10. Era a Luísa Solva, o José Carlos Godinho, era o Raul, a Ani [Ana Maria Bettencourt], a Maria Emília, a Teresa, a Lisete Castro, a Margarida Miranda e a Cristina Figueira. Eu sou mesmo da fundação”. Antes de chegar à morada atual, a escola setubalense passou também pelo Centro de Formação de Setúbal, “onde, fisicamente, tivemos os primeiros alunos, as primeiras aulas e as primeiras coisas que se celebraram” e pela Escola Superior de Tecnologia, “eu ainda dei aulas aí”. Depois de muita espera, “levámos as tralhazinhas todas para onde hoje é a ESE”, que oferecia cursos de educadores de infância e de professores do primeiro ciclo, só mais tarde é que surgiram as licenciaturas atuais. A equipa fundadora teve o privilégio de acompanhar de perto o arquiteto Siza Vieira em todo o processo, desde o projeto inicial à construção da atual Escola Superior de Educação. “Fazíamos reuniões com ele [Siza Vieira], para saber, consoante as áreas, como é que as queríamos (…) ele ouvia as exigências que lhe fazíamos”. Como em tudo na vida, houve momentos menos bons, especialmente durante a idealização, porque o projeto não agradava a todas as áreas, uma vez que havia “defeitos pouco simpáticos para algumas disciplinas, esse era o problema de estarmos a viver dentro de uma obra de arte”. // Refere-se à ESE como sendo fantástica, “acho que era uma escola fora de tudo o que era normal, não era bem aquela escola tradicional, porque era uma família”. Sempre devota à arte, fez do átrio da escola uma galeria de arte, que foi palco de “muitas exposições e eu tinha sempre a preocupação que as exposições abarcassem todos os cursos que havia na escola, todas as áreas eram contempladas”. Diz-se uma entusiasta, proativa e criativa. Em 2003, aposentou-se e iniciou “uma etapa da vida aliciante”, em que dedica o seu tempo à escultura. Olhando para trás, “valeu a pena, acho que valeu a pena ser professora”.  

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