Entre chaves e corações

Entre chaves e corações

Entre chaves e corações

“Sou muito grata pelos anos que tenho passado aqui”

“Uma pessoa muito reservada, sossegada e tranquila, com uma vida normal” o seu olhar transborda uma dicotomia entre o orgulho e a timidez. São estas as palavras tecidas por Dona Céu ao descrever-se. Sentada numa sala vazia, a sua expressão falava sem palavras. “Eu comecei por trabalhar na Escola Superior de Tecnologia”, mas quando a oportunidade apareceu, não pensou duas vezes, sem hesitar, escolheu a ESE como o lar que lhe deu conforto e estabilidade “Nessa altura, o trabalho que fazia era limpeza. Continuei a fazer durante uns anos, ainda, na ESE”. No entanto, a humildade e empatia não passaram despercebidas e os trabalhos pedidos eram sempre cumpridos com rigor “já fiz um bocadinho de tudo”. // Algum entusiasmo e vergonha, estão presentes quando afirma que a função de abrir a escola era a mais recompensadora “Eu ia buscar a chave, como se fosse a porteira da casa e abria o edifício e isto começava tudo a funcionar. Era muito giro”. Com a voz trêmula entre uma pausa, confessa “Eu sentia-me muito bem nesse papel, porque chegava e depois, a partir daí tudo começava a funcionar”, iluminava e dava vida à casa que escolheu. Demonstra ao longo de toda a conversa o empenho, dedicação e eficácia que coloca nos trabalhos que lhe são pedidos “Conseguia resolver as situações. Isso fazia-me sentir bem”. Emocionada, garante: “Isto é tudo para mim, é a minha vida”. Pouco há a acrescentar, os grandes sonhos de Maria do Céu Simões passam por “Continuar aqui”. Gostava de ser recordada como “Uma pessoa humilde, trabalhadora, disponível”. Contudo, a insegurança é algo presente na sua vida, “sou insegura em tudo o que faço. Estou sempre com muito receio de falhar”. Num tom de desabafo confessa que se pudesse mudar algo “Teria estudado”. Porém, o seu percurso culminou na valorização do trabalho árduo, mas também, no modo como educou os seus filhos “para serem pessoas boas e humildes”, acreditando que o seu trajeto na instituição influenciou a transmissão de valores altruístas e “Isso é muito gratificante”. // Foi junto dos jovens que viveu toda a sua vida, aconselha-os, por isso, que sejam humildes, focados e trabalhadores, “que têm de trabalhar para conquistar aquilo que querem”. Em confissão, ao recordar o passado, reconhece: “Sou muito grata pelos anos que tenho passado aqui”. Por fim, sensatamente, afirma “agradeço a Deus sempre por estar aqui”.

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