“Construir um futuro com um presente simpático”  

“Construir um futuro com um presente simpático”  

“Construir um futuro com um presente simpático”  

As recordações felizes de Lisete Barbosa 

Saiu de Portugal com uma Licenciatura em Germânicas e mudou de percurso académico quando chegou à capital francesa, onde tirou Psicologia, Psicopedagogia e “outras Pós-Graduações que não têm nada a ver com isto”. Foi em França que deu as primeiras aulas, na Universidade de Paris VII, “depois vim para cá para o Ministério da Educação, para a Direção Geral do Ensino Básico”. Chegou à Escola Superior de Educação de Setúbal por intermédio de “uma conhecida e amiga, desde Paris, a Ana Bettencourt”, que a convidou para integrar o corpo docente da instituição. Em 1989, tomou posse como a 3ª Comissão Instaladora, juntamente com José Victor Adragão e Raúl Carvalho, a par com o início da construção de Siza Vieira. “Eu não estava cá, só me perguntaram se eu aceitava e eu disse que sim, depois quando cheguei estava na Comissão Instaladora”. As memórias dos tempos vividos na ESE são de um enorme “bem-estar e de nos darmos bem uns com os outros”. Numa época inovadora, em que “estávamos a construir uma coisa nova”, retirou o que de melhor lá havia: “a cultura e o ambiente da escola, era muito bom, com todo o pessoal docente e não docente, as pessoas todas eram colaborativas e simpáticas e era um ambiente muito bom”. Foi em Setúbal que se cruzou com algumas das pessoas que a acompanharam na jornada educativa, “a Ana Maria Bettencourt, a Maria Emília Brederode, os meus colegas das Ciências da Educação, o Augusto Pinheiro, a Ana Francisca Moura e a Margarida Graça. Dávamo-nos todos muito bem”. // Descreve-se como uma “mulher que pensa muito e às vezes fala de menos”. Professora e coordenadora do Núcleo de Ciências da Educação, dedicou grande parte da carreira à docência, mas “eu não decidi ser professora, foi a vida que me convidou para isso”. Apesar de não ter escolhido o ensino, “fascinava-me a relação pessoal, os trabalhos de grupo. Uma das coisas que eu mais gostava era pôr os estudantes a fazer trabalhos de grupo e a relatarem o que iam fazendo”. Ao trilhar os caminhos da pedagogia, “aprendi muita coisa”, sobretudo “a escutar com mais atenção”. Com emoção espelhada no rosto e nas palavras, não esquece os muitos alunos que teve, pois foi com eles “que aprendi a espontaneidade e alguns aspetos da realidade que eles traziam e que, para mim, não eram conhecidos”. Olhando para trás, “se calhar gostava de ter transmitido um pouquinho mais de conhecimento”, mas demonstra-se orgulhosa de todo o percurso. Enquanto educadora, manteve “uma certa informalidade, mas éramos todos assim”. Era dentro da sala de aula que se sentia realizada, “o facto de estar ali dava-me mais energia, descansava da parte mais burocrática das reuniões”. Ao recordar a génese da ESE, da qual fez parte, revela que foi bom “construir o futuro com um presente simpático”.  

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