O tempo ensina, o coração guarda

O tempo ensina, o coração guarda

O tempo ensina, o coração guarda

Cada aluno uma história, cada aula uma transformação

Entre o concelho de Pombal onde nasceu e a cidade de Luanda, a infância de Isaura Fernanda Graça Pedro é marcada por “alguns cheiros rurais”.  Angola foi onde brincou nos seus “primeiros anos de vida”, “é um misto de cheiros e de vivências”.  Após regressar às suas origens, passado uns anos a docente ingressou no ensino superior, a licenciatura em Psicologia na altura ainda não existia em Portugal e isso exigiu um percurso alternativo para alcançar essa formação tão desejada “na época, quem queria estudar psicologia ou fazia filosofia ou ia para o estrangeiro”.  Em 1974 iniciou a licenciatura no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), mais tarde fez um mestrado na área da psicologia educacional e concluiu com um doutoramento na universidade do Porto, em psicologia e ciências da educação sobre as funções parentais na escolaridade dos filhos. Começou a dar aulas da sua área de formação, na faculdade onde se licenciou até 2010  A sua paixão pelo ensino surgiu cedo, ao longo de uma carreira dedicada à formação de psicólogos, professores e animadores. A docente descreve que o processo de orientar estudantes é um dos maiores desafios e alegria da sua profissão e afirma que “sempre me fascinou ver os alunos crescerem na sua curiosidade” e que é bastante gratificante quando lhe dizem “professora, gostei mesmo deste projeto”. Ao longo da sua jornada várias pessoas deixaram marcas inapagáveis na sua vida, entre elas destaca o professor João dos Santos e o professor Pedro Onofre com quem aprendeu muito, e “especialmente em metodologias de trabalho”. Em 2018 já na escola Superior de Educação de Setúbal (ESE) a professora lecionou disciplinas que marcaram a sua trajetória e relembra uma das que lecionava na licenciatura de Animação Sociocultural “relações interpessoais e gestão de grupos” onde um dos trabalhos com os alunos era na formação “das primeiras impressões de outra pessoa”. Um dos momentos mais difíceis para a professora foi o período do COVID-19 onde se questionava “como vamos conseguir que os alunos aprendam nestas condições?”. Mas, mesmo com todos esses desafios enfrentados, afirma que é muito gratificante quando encontra ex-alunos e dizem-lhe, “professora, aquilo que me disse nas aulas mudou a minha forma de pensar e aplicar na prática” onde vê que o seu maior legado está nos seus próprios alunos. Ainda hoje leva consigo todas as memórias que vivenciou na ESE embora tenha “sido pouco tempo, mas com muito significado” relata que “o que me impressionou sempre foi a vivacidade dos estudantes” e o quão participativos são em sala de aula. Ao olhar para trás, como uma segunda casa cheia de histórias e projetos que ficarão para sempre na sua memória, Isaura Pedro sem hesitação diz que sim “valeu a pena sem dúvida. Pelo que consegui fazer e até pelo que não conseguiu”.

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