Jornalismo com Justiça e Direito com Verdade

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“Hoje, com as novas tecnologias e o imediatismo, tudo precisa de ser publicado rapidamente”

Francisco Alves Rito nascido, mas não criado em Estremoz, com apenas nove meses de vida veio para a cidade de Setúbal, conhecida como berço do Bocage. O gosto pelo jornalismo está presente desde os 16 anos onde, “vi um anúncio no jornal sobre uma rádio no Pinhal Novo que procurava colaboradores”, foi desde então que o diretor do Setubalense começou a dar os primeiros passos como jornalista. Apesar da paixão pelos factos, a sua formação levou-o para Direito, embora nunca tenha exercido confessa que “aplica-se a tudo na nossa vida, tudo o que nós fazemos tem relação com o direito”. Em 1993, oficializa-se como jornalista profissional mesmo estando sempre ligado e a trabalhar na mesma área. Segundo Rito tudo era muito diferente do cenário atual “Naquela altura, trabalhávamos com outro ritmo. Havia mais tempo para amadurecer uma notícia antes de publicá-la. Hoje, com as novas tecnologias e o imediatismo, tudo precisa de ser publicado rapidamente”. Reflete que, apesar de quaisquer mudanças nos suportes e até mesmo nos ritmos, os valores essenciais do jornalismo permanecem inalterados, “A ética, a deontologia e o compromisso com a verdade continuam os mesmos”. Após uma trajetória em diversas rádios e jornais, tanto locais como nacionais, em 2000 deu início à sua ligação com o Setubalense, “Fundamos vários jornais na região de Setúbal e, decidimos fundir títulos e criar um jornal regional diário”. Este é uma das entidades de estágio dos estudantes de Comunicação Social “Os estágios beneficiam o jornal, a escola e os alunos”. O entrevistado não esconde a sua preocupação com a nova levada de jornalistas “Muitos não leem jornais, nem sequer os digitais. Limitam-se ao feed das redes sociais.” Ao longo da sua carreira vivenciou experiências desafiadoras. Uma das mais marcantes foi a reportagem a um casal russo acusado injustamente de espionagem “Toda a imprensa nacional já os condenava, mas decidimos ouvir a versão deles. Foi um exemplo de como o jornalismo pode equilibrar debates e até corrigir injustiças”, esses momentos revelam o dilema entre a “objetividade jornalística e a empatia humana” é impossível passar por certos lugares ou ouvir certas histórias sem se envolver emocionalmente, mas o desafio é transformar isso em jornalismo ético e informativo.” Confessa que quer “trabalhar mais uns 30 anos”, gostava de estar vivo quando o Setubalense fizesse 200 anos. Ao fim de três décadas dedicadas aos factos não se sente realizado pois o “meu sonho era ter-mos um jornalismo próximo do meu ideal”, mais sustentado e que não seja “dependente e tão frágil economicamente”.

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