Onde muitos desistem

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“Isto pode parecer patético, mas gosto mesmo de estudar”

Por trás de um sorriso tímido e nervoso, há uma força de vontade que poucos conhecem. Fernanda Almas, que ingressou no curso de CTeSP Serviço Familiar e Comunitário em 2018 e foi uma das primeiras diplomadas, é o reflexo de resiliência, empatia e uma vontade de fazer a diferença. Apesar da tenra idade, a sua caminhada não é apenas sobre um percurso concluído, mas sim de conquistas profissionais, e mudanças onde muitos já desistiram. Como menciona “sentir que estou a ajudar as pessoas faz-me sentir bem”. // Quando questionada sobre o porquê da sua primeira escolha profissional, não hesita. “eu venho de um bairro social”, exprime com a voz carregada de emoção e orgulho. Num olhar profundo, reflete sobre a educação destes jovens, “a partir do momento que nós somos educados e ensinados de uma certa forma, nem sempre conseguimos alterar as rotinas das pessoas”. // O Politécnico não foi escolhido por acaso. A proximidade da sua casa foi um fator, mas o elemento decisivo foi mesmo o que podia vir a proporcionar na sua vida profissional, um passo em direção à vocação de “ajudar sempre os outros”. // Conciliar estudos, trabalho e ainda tirar a carta de condução não é tarefa fácil. Mas para Fernanda Almas, foi apenas o começo, conta ironicamente “além de eu estar a estudar e a trabalhar também, estava a tirar a carta de condução ao mesmo tempo, foi complicado, mas faz-se”. A Covid-19 chegou inesperadamente à vida da diplomada. E o tão esperado estágio foi interrompido “foi uma das coisas que mais me entristeceu, porque eu gostava muito de lá estar e não tive a oportunidade de demonstrar naquela altura as capacidades que eu tinha para ajudar”, apesar deste contratempo, a esperança não morreu. // “Família e acolhimento” foram as primeiras palavras que usou ao descrever a Escola Superior de Educação, onde recorda a melhor lembrança da mesma “a relação com a turma que eu tinha, nós éramos 20 meninas e era uma turma que, felizmente, toda a gente se dava bem”. // Quando questionada sobre o contacto com a ESE, explica que, após o CTeSP, sentia saudades de adquirir mais conhecimento “Isto pode parecer patético, mas gosto mesmo de estudar.” Assim, em 2020, decidiu lutar mais uma vez por algo, a licenciatura em Animação Sociocultural, no local que considera uma Casa. Com alguma dificuldade em expressar-se em relação a si mesma, pede ajuda ao colega presente na sala “Ui, Hélder ajuda-me”. Imediatamente o amigo responde “é uma menina muito dedicada, mesmo que apareça alguma dificuldade, está lá e não desiste, é uma pessoa muito comunicativa e amiga do próximo”. Após estas declarações, Fernanda Almas deixa escapar um sorriso tímido, ainda marcado pelo nervosismo, assim como no início desta entrevista.

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