Assinalar 170 anos de vida de um jornal é, por si só, um feito extraordinário. Mas quando esse jornal é O SETUBALENSE, estamos perante algo ainda mais relevante: um verdadeiro pilar da informação regional, um espelho da nossa memória coletiva, um bastião da liberdade de imprensa e do serviço público.
Ao longo dos anos, tenho acompanhado com atenção o trabalho de O SETUBALENSE em diferentes dimensões do meu percurso: como cidadão barreirense, atento à vida da região e das suas comunidades; como ex-dirigente associativo, envolvido no movimento associativo, social e cultural ; como membro do Partido Socialista, empenhado na participação democrática; como vereador do Município do Barreiro, com responsabilidades públicas que exigem contacto direto com a realidade e com quem a relata; e também como Presidente do Conselho de Administração da S.ENERGIA – Agência Regional de Energia, onde reconhecemos a importância vital de uma comunicação clara e responsável sobre os temas que marcam o nosso tempo, como a transição energética e a sustentabilidade.
Num período em que enfrentamos grandes desafios — sejam eles sociais, ambientais, económicos ou políticos — a comunicação social tem um papel essencial. Vivemos tempos difíceis, onde a desinformação, a manipulação e a contrainformação circulam com demasiada facilidade, sobretudo nas redes sociais. Por isso, mais do que nunca, é crucial valorizarmos quem faz jornalismo com verdade, com ética, com responsabilidade e com compromisso para com os cidadãos.
O SETUBALENSE tem conseguido, ao longo de 170 anos, manter-se fiel a esses princípios. É um jornal que resistiu à censura no passado e que hoje resiste à velocidade superficial da informação digital, mantendo-se como uma voz séria e fundamentada. Tem dado palco às populações, aos projetos, aos problemas reais e às boas práticas. Tem criado pontes entre freguesias, concelhos e agentes da região, ajudando-nos a pensar em conjunto, a construir identidade e a cultivar cidadania.
Acredito, profundamente, que ler jornais é um ato de cidadania. É um exercício de consciência crítica. É uma forma de respeitarmos quem investiga, quem questiona, quem escreve com a preocupação de servir o interesse público.
Neste aniversário, deixo uma palavra de respeito, reconhecimento e agradecimento a todos os profissionais — jornalistas, repórteres fotográficos, editores, gráficos, administrativos e distribuidores — que, com dedicação e resiliência, fazem d’O SETUBALENSE aquilo que ele é: um exemplo notável de jornalismo de proximidade, feito com alma e com rigor.
A região precisa d’O SETUBALENSE. O Barreiro precisa d’O SETUBALENSE. E todos nós, que acreditamos na democracia, precisamos de jornais como este: atentos, exigentes, responsáveis e livres.
Parabéns a O SETUBALENSE pelos seus 170 anos de história, e que o futuro vos continue a trazer leitores fiéis, novos desafios e o mesmo espírito de missão. Podem contar comigo — como leitor, como cidadão e como servidor público — para continuar a defender, valorizar e divulgar o vosso trabalho.
Viva O SETUBALENSE! Viva a imprensa regional! Viva a informação com verdade!
