Cidade será líder em biorrobótica aplicada à saúde e ao ambiente. CTJA e Casa da Música serão centros de criatividade interplanetária
Daqui por 170 anos, num cenário em que o Tejo se apresentará como uma via navegável hiperconectada, o Montijo florescerá como uma “cidade-fluviário”, símbolo de resiliência ambiental, inovação urbana e coesão comunitária.
Uma ponte aérea magnética ligará o Montijo directamente ao centro de Lisboa em apenas 3 minutos, com cápsulas de transporte levitantes e autónomas. O antigo ramal ferroviário será reactivado como linha de “hyperloop”, a ligar o concelho a Setúbal, Lisboa e Évora. Toda a cidade montijense será percorrida por vias suspensas para bicicletas e pedestres com energia fotovoltaica integrada.
Os edifícios vão ser apresentados como jardins verticais, que respiram e geram oxigénio. O conceito de “bairro” passará a ser tridimensional: núcleos habitacionais sobrepostos por interesse comum (arte, ciência, comércio). Os bairros históricos irão manter-se preservados, através de realidade aumentada cultural: um visitante poderá “ver” as antigas festividades da cidade no espaço real onde aconteceram.
O Montijo liderará a biorrobótica aplicada à saúde e ao ambiente. A zona industrial do Pau Queimado será transformada num hub europeu de biotecnologia marinha. E a agricultura urbana tornar-se-á vertical e simbiótica, surgindo integrada em todas as construções.
O Cinema Teatro Joaquim d’Almeida (CTJA) e a Casa da Música Jorge Peixinho serão centros de criatividade interplanetária, com eventos transmitidos para colónias humanas na Lua e em Marte. E a tradição das bandas filarmónicas evoluirá para orquestras sinestésicas, em que som, luz e cheiro se fundirão em experiências multissensoriais.
José Neto, Paulo Futre e Ricardo Pereira terão hologramas interactivos no Centro de Desporto do Futuro, onde jovens treinarão com avatares lendários. E as margens do Tejo serão parques aquáticos sustentáveis e plataformas flutuantes de ginásio urbano.
Os habitantes vão comunicar por neuroconexão, mas a tradição oral sobreviverá nas “praças de memória”, onde histórias serão partilhadas em voz alta, como no tempo dos mercados de antigamente. As escolas continuarão a ensinar os valores da democracia local, inspirados na herança de figuras como Maria Amélia Antunes.
Pormenores futuristas
Em 2195, com a subida do nível do mar, algumas zonas ribeirinhas vão transformar-se em elegantes comunidades flutuantes. Plataformas ecológicas, ancoradas ao leito do rio, vão abrigar habitações, jardins verticais e espaços culturais. O Montijo não combateu o rio, adaptou-se a ele.
No capítulo da mobilidade, drones de transporte pessoal e público vão substituir os automóveis terrestres. A Ponte Vasco da Gama será convertida numa artéria verde com passadeiras suspensas e estações de recarga para veículos voadores. As bicicletas serão magnéticas e levitarão sobre trilhos energizados.
No âmbito do património virtual e da realidade aumentada, o centro histórico do Montijo vai apresentar-se restaurado e convertido num museu vivo. Com recurso a lentes de realidade aumentada, os visitantes poderão ver figuras históricas do concelho, como Joaquim de Almeida ou outras personalidades locais, e interagirem com o espaço urbano, contando histórias do passado.
No domínio agrícola, serão criados hubs agro-tecnológicos, com agricultura vertical, drones agrícolas, sensores de solo inteligentes e produção alimentar regenerativa. O Montijo tornar-se-á fornecedor-chave de alimentos biotecnológicos para a região euro-atlântica.
Em termos culturais, monumentos na Terra e no Espaço vão homenagear os pioneiros da sustentabilidade do século XXI. As Festas do Montijo continuarão, mas em formato híbrido, com desfiles de toiros virtuais, fados transmitidos em 360º em todo o mundo e fogos-de-artifício sustentáveis com luzes holográficas. A tradição reinventa-se.