Os ganhos com a passagem de Aldeia Galega do Ribatejo a Montijo, o peso estratégico da BA6 e a liderança de Amélia Antunes
Entre os marcos políticos mais relevantes do concelho do Montijo, destaca-se, em 1930, a mudança oficial da designação “Aldeia Galega do Ribatejo” para “Montijo”, aprovada por decreto-lei, após uma intensa mobilização da comunidade local. Este momento foi fundamental para afirmar uma nova identidade política, urbana e económica, simbolizando uma ruptura com o passado rural e uma abertura à modernidade.
Na época, o concelho era composto por três freguesias: Montijo; Sarilhos Grandes; e Canha. A malha administrativa local evoluiria nas décadas seguintes com a criação da freguesia de Santo Isidro de Pegões, em 1957, e, posteriormente, em 1985, com a criação das freguesias de Atalaia, Pegões e Alto Estanqueiro-Jardia e, em 1989, da freguesia de Afonsoeiro, em 1989.
Outro marco de grande relevância foi a instalação da Base Aérea n.º 6, em 1953, uma decisão político-militar com forte impacto estratégico, que consolidou o Montijo como território de interesse nacional. Esta presença militar originou novas dinâmicas políticas e institucionais, nomeadamente na articulação entre o Poder Local e as Forças Armadas.
Em 1985, o Montijo foi elevado à categoria de cidade, reconhecimento político e administrativo que reflectiu o crescimento urbano e demográfico do concelho. Esta elevação reforçou o estatuto do Montijo no contexto metropolitano, afirmando a sua importância regional.
Entre 1998 e 2013, Maria Amélia Antunes protagonizou um dos períodos mais marcantes da política local, enquanto presidente da Câmara Municipal. A sua liderança ficou associada a políticas de requalificação urbana, valorização cultural e promoção da inclusão social, consolidando a ligação do Montijo aos principais debates e decisões da política nacional.
Por fim, em 2013, o concelho foi afectado pela reforma administrativa das freguesias, inserida numa reorganização de âmbito nacional. Esta reforma conduziu à reconfiguração do mapa político local, com a fusão de várias freguesias: União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro; União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia; e a União das Freguesias de Pegões.
Em conclusão, a história política do Montijo é marcada por sucessivos momentos de afirmação identitária, reorganização democrática e integração em projectos estruturantes de escala nacional e metropolitana, reflectindo a evolução de um território que tem sabido adaptar-se aos desafios dos diferentes contextos históricos.