Publicidade: Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China. Entendimento alcançado em Estocolmo evita a nova escalada nas tensões comerciais e contribui para a estabilidade da economia global
A China e os Estados Unidos acordaram a prorrogação da atual trégua tarifária, suspendendo a aplicação de tarifas adicionais de 24% impostas por Washington, bem como as medidas de retaliação adotadas por Pequim. A decisão foi tomada durante uma nova ronda de negociações económicas e comerciais, realizada entre os dias 28 e 29 de julho, em Estocolmo, Suécia.
O encontro, o terceiro presencial em menos de três meses — após as reuniões de maio em Genebra e de junho em Londres — foi descrito como “construtivo” por representantes norte-americanos. Ambas as partes reafirmaram o compromisso com o diálogo económico bilateral e reconheceram a importância de relações económicas estáveis, não apenas para os seus países, mas também para a economia global.
A trégua em vigor, estabelecida em maio e com validade de 90 dias, seria concluída a 12 de agosto. Com o novo entendimento, a suspensão das tarifas será estendida por mais 90 dias, mantendo em funcionamento o mecanismo de consultas bilaterais que têm permitido avanços graduais nas relações comerciais entre os dois países.
Segundo analistas, a decisão de manter a trégua não resolve as divergências de fundo, mas permite preservar o canal de diálogo e evitar uma escalada na chamada “guerra tarifária”. Para Li Haidong, professor da Universidade das Relações Externas da China, o prolongamento do entendimento reflete a vontade mútua de prevenir deteriorações nas relações económicas, embora persistam obstáculos substanciais.
Nos últimos meses, registaram-se alguns progressos pontuais. A China aprovou licenças de exportação de produtos sob controlo regulatório, enquanto os Estados Unidos suspenderam restrições previamente anunciadas e autorizaram a venda de chips da Nvidia (modelo H20) ao mercado chinês.
Ainda assim, Pequim sublinha que Washington mantém políticas de contenção consideradas discriminatórias. O governo chinês defende a necessidade de os EUA reverem perceções distorcidas sobre o seu desenvolvimento e adotarem uma abordagem mais racional e pragmática.
O setor empresarial norte-americano também tem pressionado por maior previsibilidade nas relações bilaterais. Um relatório recente indica que 82% das empresas norte-americanas com presença na China registaram lucros em 2023, e continuam a encarar o mercado chinês como estratégico, apesar das incertezas.
A reunião de Estocolmo representa mais um passo no esforço de estabilização das relações económicas entre as duas maiores economias do mundo. O desafio agora, segundo observadores, será transformar esta trégua temporária numa base duradoura de cooperação, com vista ao fortalecimento da confiança mútua e à promoção do crescimento económico global.