Autarcas de Grândola e Alcácer do Sal satisfeitos com chumbo da APA à mina da Lagoa Salgada

Autarcas de Grândola e Alcácer do Sal satisfeitos com chumbo da APA à mina da Lagoa Salgada

Autarcas de Grândola e Alcácer do Sal satisfeitos com chumbo da APA à mina da Lagoa Salgada

Presidente da APA, José Pimenta Machado, anunciou que este organismo emitiu “uma decisão de Declaração de Impacte Ambiental desfavorável” ao projecto

Os presidentes das câmaras de Grândola e Alcácer do Sal manifestaram hoje satisfação pelo parecer negativo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à mina da Lagoa Salgada, mas avisaram que vão manter-se atentos ao projecto.

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Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara de Grândola, no distrito de Setúbal, António Figueira Mendes, disse esta quinta-feira que a decisão da APA já era esperada tendo em conta “a grande contestação” ao projecto, que abrange a União de Freguesias de Grândola e Santa Margarida da Serra, assim como a freguesia de Torrão, no concelho vizinho de Alcácer do Sal.

“Com toda a contestação e objecção [ao projecto], além dos pareceres da câmara e da assembleia e das 600 participações na consulta pública, na esmagadora maioria negativas, não esperávamos outra coisa da APA”, afirmou o autarca comunista.

Já o presidente da Câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, que também contestou o projecto, argumentou hoje à Lusa que este investimento, que possui estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN), “não tinha condições para ser aprovado”.

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Esta decisão “vem confirmar as razões” dos municípios, lembrou o autarca, manifestando preocupação em relação às “consequências nos recursos hídricos, na emissão de gases com efeito de estufa e na paisagem”, além do “impacto do minério que iria ser transportado pelas estradas” daquele concelho.

“Por outro lado, o projecto contemplava uma conduta adutora da barragem de Vale do Gaio, no Torrão, e isso condicionaria o abastecimento de água aos agricultores e produtores”, criticou.

Segundo o jornal Expresso, na quarta-feira, durante uma conferência de imprensa, no Ministério do Ambiente e Energia, em Lisboa, o presidente da APA, José Pimenta Machado, anunciou que este organismo emitiu “uma decisão de Declaração de Impacte Ambiental desfavorável” ao projecto da Mina da Lagoa Salgada, que visa a exploração subterrânea de cobre, chumbo, zinco, prata e ouro nestes dois concelhos do litoral alentejano.

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É “uma zona muito sensível onde está a única origem da água para aquelas populações”, afirmou o presidente da APA, acrescentando que o promotor “pretende usar cianeto sólido, uma substância com risco de grande impacto sobre a saúde pública”.

No entanto, a empresa Redcorp – Empreendimentos Mineiros tem agora seis meses para reformular o projecto e, só nessa altura, será conhecida a decisão final, indicou o presidente da APA.

À Lusa, o autarca de Grândola disse que esta decisão trouxe um “alívio temporário”, ressalvando a necessidade de “continuar atento” ao processo.

Segundo Figueira Mendes, o promotor vai agora tentar “encontrar outras medidas que mitiguem tudo aquilo que a APA” identificou “como negativo” no projecto.

“Isto mostra que a empresa vai voltar a apresentar documentos, que vão novamente a consulta pública, pelo que vamos ter de continuar a fazer de tudo para que a mina não se instale em Grândola”, alertou.

Por seu lado, o autarca de Alcácer do Sal mostrou-se confiante no chumbo do projecto, alegando que “mesmo reformulado”, o promotor não irá “alterar a estrutura e a magnitude do impacto na floresta, solos, recursos hídricos e nas estradas”.

Também a associação de defesa do ambiente Proteger Grândola, numa publicação na sua página na rede social Facebook, anunciou a intenção de questionar o executivo da câmara de Grândola sobre se já comunicou formalmente à Comissão Permanente de Apoio ao Investidor da AICEP a posição desfavorável relativamente ao projecto, com vista a ser retirado o estatuto PIN ao projecto.

A associação disse querer ainda saber se, após esta decisão da APA, a autarquia já constituiu uma equipa técnica que possa prestar assessoria especializada ao executivo e aos serviços municipais no acompanhamento deste projecto.

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