Ensino Superior, Poder Local e empresas da península e do Litoral Alentejano unem-se para compreender as dificuldades do distrito
A Península de Setúbal e o Litoral Alentejano estão agora ainda mais próximos graças à carta de compromisso assinada esta segunda-feira com o objectivo de criar uma maior ligação entre o Ensino Superior, o Poder Local e as empresas da região.
Até agora contam-se mais de 30 parceiros que se juntam ao Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) que, em conjunto, arrancaram com a plataforma “Dinamiza” que vai ser usada como “ecossistema de colaboração entre os vários agentes de desenvolvimento da região, assente na co-criação de soluções para os desafios mais prementes, da investigação à sustentabilidade, passando pela inovação e pelo desenvolvimento empresarial”, como explica o IPS em informação enviada a O SETUBALENSE.
O projecto marca também o fim das comemorações do aniversário do Politécnico de Setúbal.
A assinatura foi feita durante a iniciativa “Vamos Pensar o Território” que promoveu cinco sessões temáticas, em paralelo, ligadas a temas como Cultura, Economia, Saúde, Educação e Tecnologia, onde estiveram cerca de 80 participantes que foram firmando parcerias e partilhando “desafios, ideias e visões” sobre estas áreas estratégicas. No final, houve tempo para a mostra de produtos da região dos vários parceiros envolvidos.
Para a presidente da instituição de ensino superior politécnico a plataforma em questão é uma forma de aproximar estas três valências da sociedade. “Está no nosso ADN esta missão de intervenção activa no território, aproximando o Ensino Superior da realidade concreta das empresas, das autarquias, das organizações e da população. Cada projecto, cada ideia, ganha força quando nasce do trabalho em rede, da escuta activa e da colaboração. E esta plataforma é exactamente isso: uma ferramenta para activar, ligar e transformar”, referiu Ângela Lemos.
Para a responsável “o Politécnico de Setúbal não se constrói isolado” e, ao integrar e impulsionar este projecto, é uma forma da instituição crescer acompanhada com os seus parceiros. “O nosso crescimento, a nossa relevância e a nossa capacidade de inovar dependem directamente da forma como nos ligamos ao que nos rodeia – e isso significa trabalhar com os nossos parceiros, com quem está no terreno”.
O novo mecanismo mereceu elogios de Manuel Laranja, professor do ISEG – Lisbon School of Economics & Management, que referiu que a plataforma é “um bom ponto de partida para juntar os actores deste território num processo verdadeiramente participativo”.
“Os projectos isolados, por muito grandes que sejam, não causam mudanças socioeconómicas. É necessária muita cooperação e há muito trabalho a fazer na plataforma Dinamiza para arriscar e fazer diferente, acrescentando valor àquilo que já se faz bem na região”, considerou ainda.
Ao olhar para o panorama nacional entende que é necessário “juntar esforços numa missão regional específica, que possa traduzir os grandes desafios europeus, como as transições digital, ecológica e social, para a realidade concreta do território” para aproveitar os apoios financeiros que têm chegado até ao País e à região.