Câmara de Setúbal aprova fim do contrato com a DataRede [actualizada]

Câmara de Setúbal aprova fim do contrato com a DataRede [actualizada]

Câmara de Setúbal aprova fim do contrato com a DataRede [actualizada]

Empresa tem quinze dias para se pronunciar sobre a resolução do contrato. PS pediu parecer jurídico e PSD entende que esta não é a solução

A Câmara Municipal de Setúbal aprovou, esta quarta-feira, a intenção de cessar o contrato de concessão de estacionamento pago na via pública na cidade de Setúbal, assinado em Maio de 2021 com a DataRede.

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O documento foi aprovado por unanimidade com os vereadores do PS a pedirem um parecer jurídico e os eleitos do PSD a referir que a concessão a esta empresa nunca foi a solução.

Durante a apresentação da proposta o presidente da autarquia, André Martins, voltou a referir seis das razões que levam a que o executivo tenha entendido terminar o contrato com a empresa, entre as quais o não cumprimento da empresa fornecer informação “completa, desagregada e em tempo real”, a retenção indevida de pagamentos ao município, a recusa de fiscalizar as Bolsas de Estacionamento Exclusivas a Residentes (BEER), a não execução da “Requalificação do Campo Municipal Júlio Tavares” e a não execução da “Construção do Parque Subterrâneo P1”.

Antes da intenção de se terminar o contrato, e em Junho do ano passado, a autarquia já tinha aplicado sanções à empresa sediada no Funchal, na ilha da Madeira, no valor de quase dois milhões de euros sendo que, explica o município, “a concessionária não procedeu, até à presente data, ao pagamento da sanção aplicada, nem fez cessar o incumprimento”. Após esta decisão, a concessionária avançou com uma providência cautelar.

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Por todas estas razões, e outras, o município avançou com a intenção de rescindir o contrato que tinha sido assinado pela antiga presidente da autarquia no final do mandato em 2021. A concessionária vai agora ser notificada, tendo o prazo de 15 dias úteis para se pronunciar sobre a decisão, ou cumprir os pontos já indicados. “A câmara municipal não deliberará a resolução do contrato de concessão se, no mesmo prazo, cessarem definitivamente os incumprimentos identificados nos pontos 1. a 7. [pontos já referidos], factos a comprovar, de forma inequívoca, pela concessionária”, lê-se no documento da proposta aprovada ontem.

O assunto vai voltar a reunião pública do executivo – naquela que será a deliberação final da resolução do contrato – mas, se a empresa não se pronunciar na data indicada, vão contar-se quinze dias para que esta possa “retirar todos os bens e equipamentos da sua propriedade que se encontrem na via pública” e por essa altura os parquímetros não deverão receber mais pagamentos.

Fernando José pede parecer jurídico

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Os vereadores do Partido Socialista eleitos na câmara municipal pediram ao executivo liderado pela CDU que fizesse chegar aos restantes membros do órgão a documentação necessária que fundamente a deliberação, mais especificamente, um parecer jurídico que justifique a elaboração da proposta.

O pedido foi feito pelo eleito Fernando José que apontou dedos a André Martins e Maria das Dores Meira por implementarem um contrato contra a vontade da oposição e que não serviu a população. “Impuseram na câmara a sua vontade contra as críticas da oposição, contra as sugestões que foram apresentadas pela oposição, nomeadamente pelos vereadores e deputados do PS, e em Maio de 2021, quatro meses antes das eleições autárquicas de 2021, impuseram aos setubalenses um contrato que não acautelou o interesse público”.

O eleito socialista foi, durante a sua intervenção, mencionando algumas das questões que os vereadores só foram tendo conhecimento através das actas das reuniões da comissão de acompanhamento do contrato de concessão, e entendeu que estas estariam previamente resolvidas se o executivo CDU tivesse “acompanhado a proposta da vereação do PS para a integração da oposição na comissão”.

Paulo Calado diz que este “não era o caminho” para resolver o estacionamento

O vereador social-democrata Paulo Calado lembrou o histórico de um contrato que completou este ano quatro anos desde que entrou em vigor e referiu que “a concessionária comportou-se quase como uma companhia majestática, mas porque teve margem para isso, por diversas razões”.

A bancada acabou por votar favoravelmente a proposta, mas não sem antes o eleito referir que o partido sempre se opôs ao número de lugares tarifados, relembrando que a actual concessionária sempre teve a intenção de tarifar “quase nove mil lugares”.

“Dissemos diversas vezes ao longo deste mandato que, o estacionamento tarifado, iria ser o assunto deste mandato, e acaba de verificar-se que tínhamos toda a razão com a proposta que aqui é apresentada hoje. A verdade é que o procedimento que deu origem ao contrato celebrado com a DataRede teve outros procedimentos antecedentes, os quais não prosseguiram, mas tinham sempre um pressuposto que o PSD sempre contestou, o elevado número de lugares a tarifar”.

Relembrou ainda que “desde o início deste procedimento e dos anteriores” o partido tem sempre votado contra por entender que “não era este o caminho para se resolver o problema do estacionamento em Setúbal”.

“Alertámos que era fundamental que houvesse um gestor a tempo inteiro para gerir a execução do contrato, o que parece que durante um determinado período longo não aconteceu, e de alguma forma o concessionário agiu por sua conta e risco”.

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