Arguido, que está no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, foi condenado ainda a pagar 160 mil euros à família da vítima
O Tribunal de Setúbal condenou a 18 anos de prisão Bruno Pereira, de 32 anos, conhecido por Tio Bubu, pelo homicídio qualificado, com overdose de droga da violação, GHB, de um homem, após um encontro sexual em casa, em Setúbal. O arguido, antigo vigilante, foi condenado ainda a pagar 160 mil euros à família da vítima. Bruno Pereira encontra-se detido no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, onde fez lives recentemente a clamar inocência e a fumar estupefaciente.
O crime aconteceu no dia 13 de Fevereiro de 2024 na casa de Bruno, em Setúbal. No dia seguinte, enquanto fazia “lives” no Instagram, foi confrontado por inspetores da PJ. Bruno abandonou a vítima, descalça, na escadaria do prédio onde vivia. Os inspetores queriam saber a razão de ter os ténis da vítima guardados na sua despensa. Viria a ser detido.
Em tribunal, o arguido disse que pensava que a vítima estava a dormir e não o quis acordar. “Ele era meu amigo próximo, não lhe queria mal nenhum e se soubesse que ele estava mal tinha tentado salvá-lo”.
No dia do crime, Bruno Pereira convidou para a sua casa um homem que drogou com GHB em excesso, o que viria a provocar a morte por a vítima tomar também medicamentos antidepressivos, uma mistura que se revelou fatal. Com a vítima em agonia, Bruno ignorou o seu estado, trancou-a no quarto, pegou no cartão bancário e dirigiu-se a um centro comercial fazer compras com o cartão da vítima. Queria aparelhos eletrónicos que pudesse mais tarde trocar por droga, mas o código pin do cartão estava errado e não concretizou o plano.
Bruno Pereira regressou a casa e verificou que o homem estava morto. Nessa madrugada, aproveitando que a mãe dormia, o arguido deixou o corpo no patamar do prédio tirando-lhe os ténis. Depois foi fazer lives no Instagram até às 7 horas, quando a PSP lhe bateu à porta, perguntando se conhecia a pessoa que estava morta no hall. Negou, mas mais tarde foi confrontado pela PJ, que encontrou em sua casa os ténis da vítima.
Bruno Pereira foi ainda condenado por roubar um outro homem com a mesma droga da violação, em Março de 2023. Com a vítima inconsciente, Bruno acedeu ao MBWAY da mesma e transferiu 1900 euros para a sua conta. O arguido foi condenado por homicídio qualificado, furto, roubo e falsidade informática.