Condenado a 23 anos de prisão por homicídio racista de indiano em Setúbal

Condenado a 23 anos de prisão por homicídio racista de indiano em Setúbal

Condenado a 23 anos de prisão por homicídio racista de indiano em Setúbal

Gurpreet Singh, de 24 anos, foi a vítima mortal

Tiago Prudente, juiz do Tribunal de Setúbal, considerou que se tratou de “uma caçada, um momento de verdadeiro horror”

O Tribunal de Setúbal condenou a 23 anos de prisão Ângelo Guterres, de 31 anos, por homicídio motivado por racismo de um indiano quando este descansava em casa e tentativa de homicídio de um outro que tentava fugir, em Setúbal, em Novembro de 2023.

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O irmão do homicida, Fábio, de 24 anos, que o acompanhou, foi condenado a 13 anos pela co-autoria nos crimes. O tribunal não deu como provado que soubesse das motivações racistas do irmão quando o acompanhou.

Tiago Prudente, juiz do Tribunal de Setúbal, considerou que se tratou de “uma caçada, um momento de verdadeiro horror” e avançou “não existirem dúvidas que o crime foi cometido por racismo, ou ódio racial, porque as vítimas foram visadas apenas por serem indianos”.
O homicídio aconteceu na noite de 5 de Novembro de 2023 na casa, vivenda térrea, onde a vítima habitava com outros cinco compatriotas na Rua Engenheiro Ribeiro da Silva, Praias do Sado, Setúbal.
Antes do crime, o arguido esteve num café onde discutiu com cidadãos indianos porque a sua mãe lhe tinha dito que foi insultada por cidadãos indianos, não estes. À saída do café e conforme foi provado em Tribunal, “tomou o propósito de tirar a vida a cidadãos indianos que residissem na localidade”.
Sabendo que na casa na Rua Engenheiro Ribeiro da Silva residiam pessoas de nacionalidade indiana, Ângelo Guterres decidiu tirar a vida a todos os que ali encontrasse.

O arguido fez um primeiro reconhecimento ao local, dirigiu-se à casa das vítimas sob o pretexto de falar com um vizinho, seu amigo e verificou que no interior estava quem procurava, indianos. Chegou a falar com um deles e retirou-se, benzendo-se com um sinal da cruz e avisando que ia voltar. Nesse momento, telefonou ao irmão, Fábio, a pedir a caçadeira que este tinha em casa referindo que queria ajustar contar.
Na companhia do irmão, Ângelo tentou angariar à força comparsas para o acompanharem na ida à casa das vítimas.

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Chegou mesmo a apontar a caçadeira à cabeça de um amigo que encontrou na rua junto a uma igreja, obrigando-o a ir com eles. Este acabou por retirar-lhe a arma, devolvendo-lha de seguida.
No local do crime, Ângelo levantou o estore de um dos quartos onde estava Gurpreet Singh, indiano de 24 anos, voltou a fechar e disparou duas vezes, atingindo fatalmente o indiano no peito. Depois acedeu ao pátio das traseiras pelas garagens, numa caçada para atingir quem fugisse pelas traseiras e encarou Major Singh, disparando outras duas vezes. Atingiu-o no ombro, mas este fugiu de volta para casa, agarrou a espingarda e conseguiu retirá-la do arguido.
O tribunal desvalorizou o que foi alegado por Ângelo Guterres em tribunal. Este negou ter agido motivado por racismo, falou num tiro acidental disparado quando se envolvia em confrontos com Major Singh e disse que queria apenas ameaçar os moradores daquela casa para passar uma mensagem a outros por importunarem a sua mãe.

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