Pelas 00h30 últimas localidades da nossa região voltavam a estar todas iluminadas. Situação do abastecimento de água, em Setúbal, ficou regularizada pelas 13 horas de ontem
Um apagão na Península Ibérica, que afectou também outros países europeus, fez com que a passada segunda-feira fosse diferente para muitas pessoas. O País esteve quase em ‘stand-by’ e só por volta das 00h30 é que as últimas localidades da nossa região voltavam a estar todas iluminadas. O Hospital de São Bernardo esteve a funcionar com recurso a geradores.
No concelho de Setúbal o fornecimento de energia foi sendo gradual a partir das 22h30 mas, cerca de três horas antes, o Primeiro-Ministro dizia que as situações mais difíceis se registavam em Setúbal, no Alentejo e na Beira Baixa.
Durante a tarde de anteontem o presidente da Câmara Municipal de Setúbal convocou uma reunião de emergência da Comissão Municipal de Protecção Civil com o objectivo de “fazer face ao corte geral nacional no fornecimento de energia eléctrica que se verificou às 11h33”, explicou André Martins numa publicação na rede social Facebook. Nesta estiveram presentes, além de funcionários da autarquia e das juntas de freguesia, bombeiros, PSP, GNR, Polícia Marítima e representantes da área da Saúde bem como do Hospital de São Bernardo.
A falha na electricidade, que ao longo de todo o tempo esteve a ser resolvida pela REN – Redes Energéticas Nacionais, provocou também falhas no abastecimento de água. Pelas 11h45 de ontem os Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS) informaram que “os serviços de abastecimento de água, saneamento de águas residuais e recolha de resíduos urbanos se encontram praticamente normalizados”. A zona de Azeitão foi a única excepção no concelho, pois, durante a manhã a situação não estava totalmente regularizada.
“Neste momento todos os sistemas estão a bombear e a abastecer os depósitos. Não temos notícia de haver falta de água, com excepção das aldeias de Azeitão. Como se trata de zonas bastante altas, o abastecimento demora mais tempo a ser reposto. Mas a situação está normalizada em grande parte do concelho e nas próximas horas fica tudo”, palavras de Paulo Piteira, administrador dos SMS em nota publicada no site da autarquia de Setúbal.
No final da tarde desta terça-feira o município de Setúbal publicou, na sua página da rede social Facebook, a informação de que, segundo a E-Redes, o fornecimento de electricidade em todo o concelho foi reposto pelas 23h30 de segunda-feira. Durante todo o dia estiveram a funcionar em pleno as escolas e transportes e, desde as 13 horas, foram normalizadas todas as situações relativas ao abastecimento de água. A situação foi acompanhada em ambos os dias pela câmara municipal e a protecção civil.
Hospital de São Bernardo funcionou com recurso a geradores
A Unidade Local de Saúde (ULS) da Arrábida não se bateu com grandes constrangimentos face ao apagão que durou mais de 10 horas. O Hospital de São Bernardo, em Setúbal, esteve a trabalhar com recurso a geradores.
A utilização destes, explica a ULS Arrábida em declarações a O SETUBALENSE, é uma das medidas previstas no plano de contingência da unidade de saúde, essencialmente para “minimizar o impacto nos serviços essenciais”.
No entanto, no decorrer do dia de segunda-feira, esta “procedeu ao cancelamento de cirurgias não prioritárias e consultas agendadas”. Esta terça-feira o hospital funcionou em pleno já com consultas e exames.
Electricidade | Região com luz pelas 00h30 mas causas são ainda desconhecidas
Por volta das 00h30 já quase todo o distrito de Setúbal tinha ultrapassado a situação da falta de electricidade. Muitas foram as pessoas que festejaram o regresso da luz.
A E-Redes, operador de rede de distribuição de electricidade, informou que até às 21h30 estavam ligadas parcialmente 147 subestações, alimentando cerca de dois milhões de clientes num universo de 6,5 milhões de consumidores de electricidade.
Uma das situações mais críticas registou-se, efectivamente, em Setúbal conforme tinha anunciado o Primeiro-Ministro na noite de segunda-feira.
Não estão ainda apuradas as causas do corte geral que afectou não só Portugal e Espanha como também regiões de França, mas, esta terça-feira, Luís Montenegro anunciou que o Governo decidiu, em reunião do Conselho de Ministros, solicitar à agência de cooperação dos reguladores de energia da União Europeia “a realização de uma auditoria independente aos sistemas eléctricos dos países afectados para o apuramento cabal das causas que tiveram na origem desta situação”.