Deputada traça a crise da habitação, investimentos estruturais e direitos dos trabalhadores como principal foco do partido
Joana Mortágua é a cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda (BE) pelo círculo eleitoral de Setúbal às próximas eleições legislativas, que estão marcadas para 18 de Maio, com o promessa de um “mandato combativo”, com uma presença no Parlamento que procura “estar sempre em contacto com os problemas”.
Sem se comprometer com nenhuma meta a nível de eleição de deputados, Joana Mortágua traça a crise da habitação, os investimentos estruturais e os direitos dos trabalhadores como principal foco e deixa muitas críticas ao Governo, principalmente no sector da saúde.
Em declarações a O SETUBALENSE, Joana Mortágua afirma que o BE vem para esta campanha com dois desígnios. “Um é fazer um combate determinado à extrema-direita. O avanço de líderes autoritários em todo o mundo cria uma onda que nós queremos travar em Portugal”, começa por referir.
Depois divide-se com três temas “muito claros” nestas eleições. Um é a crise da habitação, que no distrito de Setúbal “tem muito a dizer”. “Temos vindo a alertar para os efeitos da crise da habitação na Margem Sul e na Península de Setúbal. Era inevitável que a pressão turística e da especulação imobiliária iria levar a uma crescente pressão nos preços”, refere.
Joana Mortágua explica que municípios que estavam a acabar com os bairros degradados, estão a ressurgir com “bairros de barracas, população sem abrigo ou que vivem em garagens, pessoas que são despejadas todos os dias e que não encontram solução no mercado de trabalho”, sendo que, no entender da deputada, isto “não tem a ver só com a capacidade de resposta dos municípios”, estando também relacionado com a falta de “coragem política”.
Para a eleita do BE, é também necessário existir investimentos estruturais no distrito. “É completamente absurdo as promessas vazias que têm feito sobre a expansão do Metro Sul do Tejo, sobre a ponte Seixal-Barreiro e sobre tudo o que está envolto na construção do novo aeroporto”.
Já o terceiro tema é o “foco muito grande” nos direitos dos trabalhadores, garantindo que o partido irá fazer de “símbolo dessa luta dos direitos do trabalho a condição dos trabalhadores”.
Quanto às falhas da liderança do Governo da Aliança Democrática (AD), Joana Mortágua aponta o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como a maior. “O Governo da AD herdou um SNS do PS que vinha em muito mau estado e tinha duas opções, ou investia no SNS para garantir a sua sobrevivência ou oferecia os restos ao privado, e foi isso que o Governo optou por fazer”, atirou.
Relativamente ao que a população pode esperar do BE, a vereadora em Almada promete “mandatos combativos”, com uma presença no Parlamento que procura “estar sempre em contacto com os problemas” do distrito.
Olhando para os possíveis resultados das próximas legislativas, Joana Mortágua prefere não criar objectivos a nível de mandatos. “Uma coisa que quero garantir a todos os leitores é que vou andar na rua todos os dias e vou estar a bater à porta das pessoas. Será uma campanha de proximidade. Queremos merecer a confiança de quem vota em nós”. rematou.
Nas últimas legislativas, em 2024, o BE foi a quinta força política mais votada no Distrito de Setúbal. O partido obteve 6% da votação – equivalente a 30.161 votos – conseguindo eleger apenas a cabeça de lista, Joana Mortágua.
