Comerciantes queixam-se de que falta de acessibilidade afasta clientes e prejudica vendas
A Rua 1º de Maio, uma das principais vias da Baixa da Banheira, está a passar por um processo de requalificação que tem originado reclamações por parte de comerciantes. Em causa estará a velocidade a que decorrem os trabalhos e uma alegada falta de segurança no espaço da obra. Situações que estarão a dificultar a mobilidade e, segundo os comerciantes, têm levado a quebras consideráveis nas vendas.
Entretanto, a autarquia informou moradores e empresários que as obras iniciadas em Fevereiro estariam para terminar no fim de Abril. Uma data que Miguel Canudo, vereador da Câmara Municipal da Moita, vem agora adiar indicando que o termino desta fase das obras, será na segunda semana de Maio.
Desde o início das obras, Inácio Bruno Miguel, proprietário da loja “Cantinho do Prega Saltos”, avalia uma quebra no seu volume de negócio em cerca de 70 a 80%. “Antes das obras iniciarem tinha uma média de facturação de 500,00 Euros por dia. Agora estou a facturar cerca de 200,00 Euros e nem sempre”, comenta.
Outro factor que Inácio Miguel comenta como “crucial” para o protelar das obras na Rua 1º de Maio foi “não aproveitarem os bons dias de sol de Fevereiro e Março. Agora com condições meteorológicas adversas querem avançar, mas já não é possível concluir no prazo previsto. Basta observarmos o estado da rua”.
O comerciante refere mesmo que, “em alguns dias estão apenas duas pessoas a trabalhar na obra e ficam por poucas horas”. No entanto, também admite “desconhecer qual é a organização da empresa, embora não pareça suficiente para agilizar o que está por fazer”.
Entre outros problemas que a requalificação da Rua 1º de Maio originou, Joaquim Lopes, proprietário da Ourivesaria Turquesa refere ainda, “os muitos dias em que moradores e comerciantes não foram informados sobre o corte de água, o que causou inúmeros transtornos”. Joaquim Lopes comenta, “têm ocorrido sempre situações fora do comum que afectam o quotidiano, como cortes de água sem aviso”.
Quanto a condições de segurança que, alegadamente, não estariam asseguradas, Inácio Miguel recorda “uma mulher que transportava uma criança num carrinho e sofreu um acidente porque o piso estava escorregadio e quando se apoiou na vedação da obra a mesma cedeu”. No parecer dos comerciantes tal situação deve-se a “uma falta de reforço na estrutura da vedação e vigilância”. Isto porque, “ao fim do dia, quando os trabalhos da obra encerram, muitas pessoas movem a vedação para atravessar o estaleiro e evitarem contornar a rua”.
Autarca apela a civismo e bom senso
Sobre a segurança no local da obra, Nuno Cavaco, presidente da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira também confirma que, “de facto ocorreu uma situação complicada com uma senhora que se acidentou. Mas desde então temos estado muito atentos e realizamos fiscalizações frequentes”, explica.
Quanto à mobilidade e acessos o autarca pede civismo por parte de moradores, comerciantes e clientes. “Apelamos às pessoas para que não movam as vedações e evitem considerações, porque não somos engenheiros e temos que esperar que corra tudo pelo melhor”, afirma. “A intervenção está a ser realizada com base em uma discussão pública, resultado de um processo de participação dos fregueses. E na época não houve oposição”.
Quanto a prazos o autarca ressalva que esta fase terminará em breve, mas apenas esta fase. “As obras na Rua 1º de Maio vão prosseguir até Julho, entre a igreja e o Largo João de Deus”.
Para Nuno Cavaco era essencial proceder à requalificação da Rua 1º de Maio, sendo uma via emblemática que começou a declinar com a crise. “O novo espaço que nascerá irá trazer uma nova vida ao coração da Baixa da Banheira e penso que vai ser muito positivo para todos”.