Fábrica da Hovione no Seixal entra na última fase de obras e arranca em 2027

Fábrica da Hovione no Seixal entra na última fase de obras e arranca em 2027

Fábrica da Hovione no Seixal entra na última fase de obras e arranca em 2027

Fotografia: Jornal Económico

Complexo industrial, com uma área de cerca de 40 hectares, foi anunciado em 2019, mas com a avalancha de investimentos no âmbito do PRR

A construção da fábrica da Hovione no Seixal, estimada em 200 milhões de euros, vai entrar na última etapa de desenvolvimento, com o presidente executivo da farmacêutica portuguesa a prever que a produção comece em 2027.

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O complexo industrial, com uma área de cerca de 40 hectares, foi anunciado em 2019, mas com a avalancha de investimentos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que causou constrangimentos na oferta e nos custos de mão-de-obra e materiais de construção, acabou por demorar mais do que o esperado.

Para o presidente executivo da Hovione, Jean-Luc Herbeaux, “não se trata bem de um atraso. Quando as empresas anunciam investimentos como este, é mais uma ambição”, disse em entrevista à Lusa, garantindo que não havia um calendário definido.

Além disso, descartou qualquer impacto nos resultados com esta demora, uma vez que têm criado “capacidade” noutros locais.

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“Fizemos as coisas de forma faseada”, detalhou o responsável da multinacional portuguesa com sede em Loures.

A primeira etapa passou pela construção de infra-estruturas envolventes, como estradas. “Depois, avançámos para os elementos estruturais dos edifícios”, e a terceira fase, e última, “consiste em colocar o equipamento e finalizar o projecto” que deverá arrancar a produção em pleno em 2027 e criar pelo menos 100 postos de trabalho qualificados, acrescentou.

“Estas são as fases que temos para este projecto. Agora vamos elevar estes edifícios a um nível em que possam efetivamente produzir substâncias medicamentosas, produtos farmacêuticos e produtos intermédios para os nossos clientes”, apontou.

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Jean-Luc Herbeaux explicou ainda que a nova fábrica vai ser a casa para a expansão de várias áreas de negócio do grupo, como o desenvolvimento de tecnologia de engenharia de partículas (‘spray drying’ no termo técnico em inglês) e a transformação das mesmas em comprimidos e cápsulas.

Com a abertura do Campus Hovione Tejo, no Parque Industrial da Baía do Tejo, a multinacional passa a produzir em cinco unidades distribuídas por três continentes: duas em Portugal (Loures e Seixal), uma na Irlanda (Cork), uma nos Estados Unidos (New Jersey) e uma em Macau.

New Jersey foi, aliás, uma das localizações alvo do reforço da capacidade de produção da empresa enquanto a fábrica no Seixal não fica operacional.

“O mercado dos EUA está em alta. E, como se sabe, para as empresas norte-americanas é mais fácil trabalhar com localizações nos EUA”, exemplificou.

“A maioria das empresas farmacêuticas, mesmo as europeias, tentam lançar-se primeiro nos EUA porque é um mercado propício à inovação e também com um retorno mais rápido do investimento, porque o preço dos medicamentos não é tão regulamentado como na Europa”, lembrou.

Apesar de não revelarem números da operação, incluindo receitas, o responsável adiantou que o mercado norte-americano tem um peso de 60% nas contas da empresa.

Questionado sobre o impacto das tarifas que a Administração Trump tem vindo a implementar, Jean-Luc Herbeaux comentou que “ainda é muito cedo para dizer”.

“Estamos a acompanhar a situação, claro, e as políticas comerciais. Mas, nesta fase, não existem tarifas oficiais sobre produtos farmacêuticos entre os EUA e a União Europeia”, disse o responsável.

“De momento, tentamos não especular sobre os resultados, sobre o que poderá acontecer. A premissa com que trabalhamos sempre com os nossos clientes é a de que estamos totalmente empenhados em garantir o fornecimento contínuo de medicamentos”, concluiu.

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