Câmara do Seixal diz que falta de recursos humanos nas escolas compromete alunos com necessidades especiais

Câmara do Seixal diz que falta de recursos humanos nas escolas compromete alunos com necessidades especiais

Câmara do Seixal diz que falta de recursos humanos nas escolas compromete alunos com necessidades especiais

Paulo Silva adiantou que existem no Seixal 113 crianças do pré-escolar com este tipo de necessidades e a insuficiência de assistentes operacionais

A Câmara do Seixal alertou que o processo de aprendizagem dos alunos com Necessidades Educativas Especiais do concelho está a ser comprometido, “por vezes de forma irreparável”, devido à falta de alocação de recursos humanos por parte do Governo.

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A autarquia aprovou na quarta-feira em reunião de Câmara uma tomada de posição a exigir do Ministério da Educação, Ciência e Inovação o reforço da resposta pública às necessidades de ensino especial no concelho, nomeadamente através da alocação de pessoal docente, administrativo, técnico e auxiliar, com formação adequada.

A tomada de posição foi subscrita pelo executivo da CDU, pelos vereadores do PS e pelo vereador independente.

A vereadora do PSD, Claudia Oliveira, não subscreveu por considerar que uma tomada de posição não é a forma mais correta de se conseguir garantir mais recursos humanos, afirmando tratar-se “de puro eleitoralismo”.

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“O PSD não vai subscrever, mas vai dar nota junto dos nossos representantes no Governo e Assembleia da República desta problemática”, disse.

Segundo o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva (CDU), a recente autorização, por parte do Ministério da Educação, para a contratação de sete assistentes operacionais para sete jardins-de-infância do concelho é “manifestamente insuficiente”.

Paulo Silva adiantou que existem no Seixal 113 crianças do pré-escolar com este tipo de necessidades e a insuficiência de assistentes operacionais “compromete o processo de ensino/aprendizagem destes alunos e, nalgumas situações, de toda a turma onde estão inseridos”.

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Na apresentação da tomada de posição, a vereadora da Educação, Maria João Macau, explicou que no ano lectivo de 2024/25 registou-se “um atraso incompreensível por parte do Ministério da Educação no que respeita à afectação de pessoal não docente para o apoio a alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE)”.

A vereadora adiantou que só no final do Fevereiro, a quatro meses do final do ano lectivo, foram validadas sete vagas para as 113 crianças sinalizadas nos seus relatórios técnico pedagógicos como tendo necessidade de acompanhamento permanente e sistemático por uma auxiliar de ação educativa.

“Tendo em conta o aumento do número de alunos com NEE que ocorre em simultâneo com o aumento da população escolar generalizada, realçamos a inqualificável falta de resposta por parte do Ministério da Educação”, disse a vereadora.

Maria João Macau explicou que estão a ser desrespeitadas as normas em vigor no que respeita à inclusão dos alunos, com a presença de mais de dois alunos com NEE em turmas com mais de 20 alunos.

“A insuficiente colocação de pessoal técnico especializado, nomeadamente psicólogos, terapeutas da fala, nutricionistas, fisioterapeutas, compromete a garantia de que todas as crianças e alunos têm acesso aos apoios necessários de modo a concretizar o seu potencial de aprendizagem”, frisou.

Na sua intervenção, a vereadora criticou ainda os apoios financeiros aos municípios no âmbito da transferência de competências na área da educação, indicando que, quando o processo foi imposto aos órgãos municipais, em 2019, o governo garantiu que o processo não iria onerar os orçamentos municipais.

Contudo, adiantou, no caso do Seixal “tal não corresponde à verdade porque os apoios financeiros são insuficientes para pagar a despesa com as competências transferidas”.

“Os problemas continuam a avolumar-se em todas as componentes encontrando-se esta autarquia credora do Ministério da Educação de um montante que ascende a 4,6 milhões de euros”, disse.

Maria João Macau adiantou que o valor apurado não contabiliza ainda os custos de 2024.

“A transferência de competências no domínio da educação está a debilitar dramaticamente a situação financeira da nossa autarquia e a desvalorizar tanto a escola pública como a comunidade educativa”, frisou.

Na tomada de posição a Câmara Municipal do Seixal manifesta “uma enorme preocupação quanto ao futuro da escola pública de qualidade para todos e exige que sejam garantidas soluções urgentes que criem condições de igualdade e oportunidade, a promoção do sucesso escolar e educativo”.

A autarquia reafirma a necessidade de valorizar a escola pública de qualidade para todos com investimento público adequados e com a dotação de pessoal em número suficiente e com formação adequada para garantir o funcionamento das escolas em cumprimento a lei em vigor.

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