“É algo importante para o País e para a fileira automóvel, uma vez que estamos a falar da necessidade que o país tem em modernizar-se”
O presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, mostrou-se satisfeito com o anúncio do lançamento do projecto da fábrica de baterias de lítio da CALB, considerando tratar-se de um investimento importante para o país.
“É um projecto que há muito vem sendo trabalhado com várias entidades” e “é um investimento importante para o País e para região” que vai gerar “emprego e riqueza”, afirmou esta sexta-feira o autarca socialista.
Contactado pela agência Lusa sobre o lançamento do projeto da fabricante chinesa CALB, em Sines, numa cerimónia agendada para segunda-feira, em Lisboa, Nuno Mascarenhas disse estar “expectante” relativamente ao início da obra.
“É algo importante para o País e para a fileira automóvel, uma vez que estamos a falar da necessidade que o país tem em modernizar-se e encontrar soluções para que outras empresas se mantenham em Portugal”, realçou.
Questionado sobre o arranque do projecto no segundo trimestre de 2025, como noticia esta sexta-feira o jornal Expresso, Nuno Mascarenhas acrescentou apenas que esse é um factor que “obedece a um conjunto de requisitos e de procedimentos” que estão ainda em curso, nomeadamente o licenciamento ambiental.
“Não posso confirmar, nem desmentir que é uma data razoável, mas o que estamos a fazer é trabalhar com a aicep Global Parques”, entidade gestora da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), para “que este projecto seja uma realidade”, referiu.
Sobre os 1800 postos de trabalho que este investimento de cerca de dois mil milhões de euros vai criar no Litoral Alentejano, o autarca disse ter “consciência” de que a região não vai conseguir dar resposta em termos de mão-de-obra.
“É muito difícil face ao volume de investimento que temos, dar resposta apenas com a população do Litoral Alentejano”, considerou o presidente da Câmara de Sines que disse estar a trabalhar “com os promotores, no sentido de encontrar soluções” para colmatar esta dificuldade de recursos humanos.
Ainda sobre o impacto ambiental do projeto na região, Nuno Mascarenhas lembrou que está a decorrer o licenciamento ambiental referente à construção desta unidade, sendo o objectivo da autarquia, perante projectos desta dimensão, “minimizar os eventuais aspectos negativos”.
“Diria que os aspetos positivos que um investimento desta natureza trazem para a região e para o país são muito superiores aos aspetos negativos que, obviamente, poderão ser melhorados e corrigidos de forma a não terem grandes impactos”, concluiu.
Em comunicado, a CALB explicou que a construção desta unidade, em Sines, poderá “representar mais de 4% do PIB [Produto Interno Bruto] nacional quando atingir a capacidade total de produção” em 2028.
A empresa prevê o início da construção da fábrica ainda em 2025 e o arranque operacional da unidade em 2028.
“Assim que estiver operacional, a fábrica terá capacidade de produção de 15 GWh [Gigawatt/hora] de armazenamento de energia”, indicou.
A unidade industrial irá ocupar cerca de 45 de 92 hectares da área total do lote, estando prevista a construção de cinco edifícios de produção de elétrodos, células, formação e montagem, embalagem e invólucros.