Associação espera e desespera por apoio financeiro solicitado ao Fundo de Socorro Social. Socialistas pressionam governante
A sobrevivência da “Raríssimas” está em risco, segundo informação transmitida pela direcção da associação aos deputados parlamentares do PS eleitos pelo círculo de Setúbal, que nesta terça-feira pediram explicações à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho.
Os socialistas pretendem que a governante explique em que pé está o pedido de apoio financeiro apresentado pela Raríssimas ao Fundo de Socorro Social em Julho último e reestruturado em Dezembro, a pedido do Ministério, e pretendem também saber qual é a “análise feita à necessária sustentabilidade financeira da associação”. Além disso, querem ainda saber “que apreciação faz o Ministério quanto ao impacto de um eventual encerramento de uma instituição com as características de resposta da Raríssimas e qual a perspectiva do Ministério face à situação da instituição”, que actualmente conta “com cerca de 98 utentes e 113 trabalhadores”.
“A Casa dos Marcos, na Moita, recentemente visitada por alguns dos deputados do PS eleitos por Setúbal, em face dos apelos dos dirigentes, e em consequência das dificuldades financeiras, tem instalações com dez anos, a necessitarem de obras, para as quais a instituição não dispõe de recursos. Estas instalações destinam-se a portadores de doenças mentais e raras. Adicionalmente possui uma Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) com capacidade total para 39 utentes. A receita arrecadada resulta de acordos com a Segurança Social, mas não será suficiente para fazer face às necessidades”, lembram os socialistas, no requerimento entregue na Assembleia da República a solicitar respostas à ministra.
A socialista Eurídice Pereira, promotora do requerimento ao Governo, salienta no documento que “segundo informação prestada pela actual direcção terá sido conseguida redução do déficit mensal, mas a sustentabilidade presente e futura carece de apoios urgentes e suficientes de modo a diminuir a pressão, sob pena de estar em causa a própria sobrevivência da associação”.
Os socialistas fazem notar que já passaram seis meses desde que foi pedido apoio ao Fundo de Socorro Social – destinado “ao pagamento dos subsídios de férias em atraso, a que vieram juntar-se os de Natal, aos colaboradores, à quitação de dívidas a fornecedores e à liquidação de empréstimos bancários” – e que a associação “enfrenta uma situação crítica”, tendo chegado “a um ponto limite”.
A Raríssimas foi fundada em Abril de 2002, para apoiar todos as pessoas que vivem com doenças raras e todos aqueles que com elas se relacionam.