Trump não desiludiu as piores expectativas. Mal tomou posse, disse logo ao que que vinha. Vem para tornar a América grande. A América e a carteira dele e dos seus patrões que estiveram em peso na sua investidura. O reverso dessas grandezas, evidentemente, é o empobrecimento de muitos milhões na América e por todo o mundo. O empobrecimento, mas não só! A decisão de sair do Acordo de Paris e de intensificar a exploração de petróleo e gás natural, portanto, de se estar marimbando para as alterações climáticas, vai acelerar a degradação ambiental e a própria vida animal e vegetal no planeta. Sobretudo entre os mais pobres e as regiões mais vulneráveis. E quer torná-la grande com taxas leoninas às importações a meio mundo, mas não só na economia! Saliva olhando para a Gronelândia, Canadá, Panamá e até para a Faixa de Gaza como potencial zona turística com os palestinianos a fazerem de criados, evidentemente.
Já para a Cisjordânia, ao levantar as sanções aos colonos sionistas que para além de explorarem esses territórios e se entreterem a atirar sobre quem proteste por isso, dá carta branca a Netanyahu para fazer lá o que fez em Gaza. Além disso, sai da Organização Mundial da Saúde, coloca Cuba na lista de países ditos “patrocinadores do terrorismo” de onde o seu antecessor no fim do mandato a tinha retirado, insta Putin a terminar a guerra na Ucrânia sem sugerir condições, perdoa os seus apoiantes que invadiram e vandalizaram o Capitólio, entre várias outras medidas que confirmam a sua postura de quero posso e mando.
Nos responsáveis políticos da Europa ocidental, a sensação de orfandade e abandono é evidente. Basta ver quem foi convidado e esteve presente; apenas Meloni. E Trump assim como o atual falcão secretário-geral da NATO, Mark Rutte, solicitam, para não dizer exigem, que a comparticipação destes Estados-Membros da aliança bélica ofensiva, duplique, ou mais.
Veremos como continuarão a reagir os aliados/subordinados tradicionais do império ianque que embarcaram na guerra engendrada que além dos contendores diretos, Rússia e Ucrânia, tanto prejudica também o resto da Europa e beneficia o império. No fornecimento de armamento lá comprado, no gás natural que vinha da Rússia a preços normais, que agora vem de lá a preços bem mais altos e Trump a exigir que ainda lhes comprem mais.
É o preço da criação de um inimigo artificial que deve ser um vizinho com quem se deve cooperar com mútuos benefícios.
Tudo isto, enquanto o último relatório da Oxfam, revela que o fosso entre ricos e pobres, aumenta de uma forma escandalosa.
A riqueza dos bilionários cresceu dois triliões em 2024, cerca de 5,7 biliões por dia. Mais três vezes que em 2023 e novos bilionários surgiram à média de quatro por dia.
O que os povos precisam é de justiça social, paz, e não de guerras. Foi isso que reclamaram muitos milhares na grande manifestarão do passado dia 18 em Lisboa, que tão pouca divulgação teve pela comunicação social dos que apelam à guerra e não à paz.