Diz-se na gíria portuguesa que ter razão antes do tempo é o mesmo que não ter. No entanto, o que deve ser a política se não a arte de antever problemas e conjunturas e prontamente pensar em soluções para minimizar os impactos sentidos pelo povo?
Desde 2017, André Ventura foi alertando para a impunidade que grassa na comunidade cigana. Uma comunidade que tende a manter-se à margem da lei, contando com a cumplicidade do próprio Estado que tem dois pesos e duas medidas. Reparem que o casamento infantil ou a retirada de menores da escolaridade obrigatória é motivo para atuação judicial e/ou sinalização pela CPCJ, mas no que toca à comunidade cigana, nunca se viu um combate a essas práticas anacrónicas. Se este tema era tabu há 8 anos, nos episódios trágicos recentes (tiroteio numa Barbearia em Lisboa, o incidente no Palácio do Gelo em Viseu ou a rixa familiar na Alta de Lisboa – todos eles com vítimas mortais) a sociedade portuguesa revelou uma maior abertura para a discussão do falhanço na integração desta comunidade.
A operação policial na Rua do Benformoso também fez correr muita tinta. A PSP atuou por mandado judicial e adotou práticas comuns a outras operações – lembre-se das imagens de adeptos ou membros de bairros sociais encostados à parede para revista. Só os racistas de esquerda interpretaram que o que motivou a ação policial foi o desejo de intimidar imigrantes. Os portugueses perceberam que foi uma ação normal e que decorreu numa das zonas mais perigosas da cidade de Lisboa. A extrema-esquerda não quis olhar a justificações e saiu à rua numa manifestação “contra o racismo” e em defesa cega dos imigrantes. Nem 24 horas foram precisas para ocorrer um desacato entre imigrantes nesse mesmo local, deixando 7 pessoas feridas e motivando atuação policial. Em causa estava a luta entre diferentes comunidades pela liderança política de um movimento que estão a criar.
O Chega alertou para as violações em grupo que começam a ocorrer. A esquerda respondeu que o real perigo para as mulheres portuguesas são os seus companheiros, aludindo à violência doméstica e tentando esconder um mal com o outro. Eis que é mediatizada a violação de uma jovem italiana de 23 anos no Martim Moniz. Este episódio demonstrou, uma vez mais, a hipocrisia dos “sinalizadores de virtude”. Desta vez a denúncia pode ser colocada em causa e já se utilizam palavras como “alegadamente”. Afinal, a vítima só tem sempre razão se o seu agressor for caucasiano e ocidental.
Segundo a FFMS, 67% dos portugueses associam o aumento da imigração à criminalidade, dado que levou a IL e o PSD a acordaram para o tema da insegurança. Pedem que o RASI divulgue a nacionalidade e sexo dos criminosos. Depois do Chega, travar o combate cultural é fácil ter esta “coragem”. Porém, não basta conhecer estes dados. A lei da nacionalidade permitiu que a mesma fosse atribuída levianamente, é fundamental apurar a naturalidade, etnia e tempo de permanência em Portugal para corrigir as políticas públicas e adequá-las. Deixemo-nos de justificações como o “racismo” e as “perceções”. O desconhecimento é o maior combustível para o sentimento/materialização da insegurança.