Soromenho-Marques analisa guerra como objecto científico nas Conferências do Sapal

Soromenho-Marques analisa guerra como objecto científico nas Conferências do Sapal

Soromenho-Marques analisa guerra como objecto científico nas Conferências do Sapal

Evento da UNISETI teve como orador o professor catedrático. Salão Nobre da Câmara Municipal com sala lotada

A forma de pensar a guerra, o efeito das armas nucleares na gramática da guerra e como travar a corrida para a “autodestruição bélica” foram os principais temas analisados na terceira edição das Conferências do Sapal, organizadas pela UNISETI – Universidade Sénior de Setúbal, que teve como orador o filósofo e professor universitário Viriato Soromenho-Marques.

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Nesta quarta-feira o Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal teve sala lotada para ouvir o filósofo, numa sessão que foi aberta pelo presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins. O autarca setubalense reflectiu que as temáticas da guerra são preocupações de todos, mas que “afectam de forma particular” o edil sadino.

O líder autárquico recordou que quando terminou a Segunda Guerra Mundial, aqueles que a viveram ficaram “muitos anos vacinados” contra o conflito. “Foi algo que marcou gerações. Passados todos estes anos, entramos novamente num caminho com nuvens muito negras. Esta conferência chega no timing perfeito”, reflectiu.

Na conferência “O Problema da Paz e da Guerra no Século XXI”, Viriato Soromenho-Marques analisou a guerra como um objecto científico, sendo que ao longo de uma hora e meia abordou a forma de pensar a guerra, analisando os vários conflitos existentes ao longo da história, com maior ênfase para a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. O filósofo abordou também como as armas nucleares afectaram a gramática da guerra e como travar a corrida para a autodestruição bélica.

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As conclusões mais gerais alcançadas pelo professor catedrático foram que a tese central de que a guerra é a “continuação da política” por outros meios, visto que possui um “factor moderador” no equilíbrio entre fins e meios, contrariado pela “alternativa da guerra-cruzada” que considera a política como a continuação da guerra por outros meios; se a guerra é a “forma extrema de choque de vontades”, isso implica a noção de que há uma “linguagem comum” entre os “duelistas”, que deverá continuar após a guerra e que numa época de “armas de destruição infinita”, a tese do primado da política, da avaliação objectiva de interesses, de coabitação entre grandes potências, evitando a “subida aos extremos” (apocalipse nuclear), tem de ser um “imperativo categórico”.

Nesse sentido, no entender do filósofo existe um “imperativo de cooperação compulsória” para vencer as ameaças existenciais, sendo essas uma possível guerra nuclear, uma crise global do ambiente e clima e uma singularidade tecnológica, dando o exemplo da inteligência artificial.

Conferências regressam na próxima semana

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Marcado para a próxima segunda-feira, 27 de Janeiro, também no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal e às 15h00, está a conferência de Francisco Ferreira, sendo esta dedicada ao tema “Alterações Climáticas – Será possível resolver a maior crise da Humanidade”.

Professor Associado no Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente da NOVA School of Science and Technology  (NOVA FCT), é coordenador do Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade. É autor de várias publicações nas áreas da qualidade do ar, alterações climáticas e desenvolvimento sustentável.

Foi presidente da Quercus entre 1996 e 2001 e vice-presidente entre 2007 e 2011. Foi membro do Conselho Nacional da Água e do Conselho Nacional de Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Actualmente é o presidente da “ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável”, uma organização não-governamental de ambiente de âmbito nacional.

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