Em novembro celebrou-se o Movember, movimento mundial de consciencialização para a saúde masculina. O cancro da próstata é uma das doenças mais frequentes entre os homens e, por esse motivo, é um dos temas centrais deste movimento. É o segundo cancro mais comum entre homens, tanto em Portugal como globalmente. Em Portugal, milhares de novos casos surgem anualmente, e, com o envelhecimento da população, a sua prevalência tende a aumentar. Embora muitos homens superem a doença, o tratamento deixa frequentemente sequelas que afetam significativamente a sua qualidade de vida. Assim não só na importância da prevenção e do tratamento atempado nos devemos focar, sendo também crucial compreender estas sequelas que muitos dos sobreviventes enfrentam após o tratamento. Entre as sequelas mais comuns estão a incontinência urinária e a disfunção erétil. Após a cirurgia ou a radioterapia, muitos homens passam a ter dificuldade em controlar a bexiga, o que pode gerar constrangimento. A disfunção erétil, por sua vez, afeta a auto-estima e as relações pessoais, sendo uma consequência frequente da lesão de nervos ou vasos sanguíneos durante o tratamento. Além disso, fadiga intensa e falta de energia são comuns entre aqueles que passaram por radioterapia ou terapêuticas hormonais, interferindo nas suas atividades diárias e no bem-estar geral. Estas sequelas físicas, como a incontinência e a disfunção erétil, muitas vezes causam impacto psicológico, afetando a auto-estima e a saúde mental dos sobreviventes. Muitos homens relatam dificuldades em lidar com essas mudanças e enfrentam um risco elevado de desenvolver ansiedade e depressão. A experiência da doença, combinada com estas consequências, carece assim de um suporte contínuo. Existem opções de reabilitação para ajudar os sobreviventes a recuperar a qualidade de vida. A fisioterapia pélvica pode ser uma aliada no controlo da incontinência urinária, e existem tratamentos específicos para a disfunção erétil. O acompanhamento médico regular é essencial para ajustar os cuidados às necessidades de cada paciente. Se sofre de alguns destes problemas, saiba que não é o único e não está sozinho: fale com o seu médico!