Novo equipamento representou um investimento superior a 2,8 milhões de euros. Pavilhão para Quinta do Anjo na forja
O Pavilhão Municipal de Palmela foi inaugurado no último sábado numa cerimónia muito concorrida, com mais de uma centena de pessoas, entre convidados e público em geral, a não querer perder a ocasião de participar num evento histórico, pois a luta da autarquia, escola e comunidade palmelense já tinha mais de três décadas.
Este novo e moderno equipamento vai servir não só os alunos desta unidade escolar como também a população em geral e, segundo Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, “marca uma nova era para o desenvolvimento desportivo da freguesia e até para a autoestima de Palmela e das suas gentes”.
Na sua intervenção, o líder do executivo municipal lembrou o trabalho feito até agora pela autarquia, neste mandato, na área do desporto com a inauguração do Pavilhão Desportivo José Silvério em Poceirão, os Centros de Marcha e Corrida em Palmela, Pinhal Novo, Poceirão e Quinta do Anjo, e ainda o investimento “sem precedentes” feito na requalificação de espaços de jogo e recreio em recintos públicos e espaço escolar.
Depois de salientar a obra feita, o edil avançou com duas novidades. “Temos um projecto para lançar ainda este ano, a obra da Pista Simplificada de Atletismo em Pinhal Novo e estamos a pensar seriamente em retomar o processo do Quintajense para a construção do pavilhão na freguesia de Quinta do Anjo, entre muitos outros projectos que não vou aqui dizer para não se falar em propaganda eleitoral”.
Sobre o novo pavilhão, Álvaro Amaro recordou o negativismo com que foi encarado, por alguns, o início da construção da nova estrutura com o lançamento da primeira pedra no final de 2022. “Ouvi muita gente dizer que seria mais um flop. Entendo esse cepticismo de quem aguardou tanto tempo por esta obra. Ninguém sofre mais com isso do que nós. Mas hoje o Pavilhão Municipal de Palmela é uma realidade, pronto para receber muitas gerações e criar um futuro com memórias felizes”, disse, ao mesmo tempo que não poupou críticas aos sucessivos Governos (ver caixa).
Especificidades e valor
A construção do Pavilhão, representa um investimento no valor de cerca de 2 milhões e 874 mil euros com a autarquia a suportar um custo superior a 2 milhões de euros, tendo a tutela contribuído com 625 mil euros. Para além deste valor, a Câmara de Palmela já investiu mais de 78 mil euros na aquisição de mobiliário e equipamento desportivo e diverso para apetrechar o pavilhão.
O novo equipamento, que vai ser gerido pela Palmela Desporto, dispõe de uma nave com 1.125 m3 e uma sala de desporto com 200 m3, seis balneários, gabinete médico, três gabinetes para técnicos, sala de reuniões e seis arrecadações. O pavilhão conta com marcações no piso para sete modalidades desportivas: andebol, badminton (sete campos), basquetebol (quatro campos), corfebol, futsal, voleibol (quatro campos) e boccia (dois campos), com possibilidade de utilização da nave com várias configurações e dimensões, e 500 lugares para o público (413 sentados).
Álvaro Amaro “Foi a concretização de um sonho e o fim de um caminho árduo e cheio de espinhos”
A inauguração do pavilhão representou “a concretização de um sonho com meio século e o fim de um caminho árduo, cheio de espinhos”, mas que, salientou Álvaro Amaro, “valeu a pena”.
O autarca lembrou que, ao longo das últimas décadas, “foram muitas as diligências, moções, abaixo-assinados, manifestações e tomadas de posição que o município tomou junto de sucessivos Governos” para inclusão desta e outras obras prioritárias para o concelho em PIDDAC. E, sobre o pavilhão, sublinhou: “Apresentámos uma proposta muito concreta ao Governo, em 2015, com vários modelos de parceria em que, consoante a percentagem aplicada à partilha de responsabilidades (10/90, 30/70…) – e apesar de se tratar de uma competência da Administração Central –, o município assumiria parte do investimento, mediante contrapartidas de utilização pela população. Todas as propostas que fizemos foram sucessivamente rejeitadas ou ignoradas”.
“Mais tarde, já com outro Governo, fomos informados de que uma solução só poderia passar pela saída de um aviso para candidatura a fundos comunitários que assegurasse 50% do investimento da tutela, o que nunca veio a acontecer. Já em 2021, e a título excepcional, o Ministério da Educação assumiu o compromisso de comparticipar a empreitada, no máximo, em 625 mil euros, independentemente do valor que esta viesse a assumir”, recordou, para reforçar de seguida as críticas ao comportamento da tutela no processo. “Inexplicavelmente, esse acordo de colaboração só veio a ser publicado em Diário da República em Setembro do ano passado e, apesar de definir claramente que esse montante teria de ser transferido para o município no ano económico de 2022, ainda não recebemos qualquer comparticipação para um investimento que ronda os três milhões de euros”, rematou.