Balanço do ano

Balanço do ano

Balanço do ano

, Ex-bancário, Corroios
7 Janeiro 2025, Terça-feira
Francisco Ramalho

2024 Foi um ano muito mau. Sobretudo a nível internacional.

Tivemos a recorrente mudança de Governo do PS para uma “Aliança Democrática” desta vez restringida ao CDS. E também as críticas à herança do Governo anterior. Algumas com razão. Só que, mais uma vez, os motivos dessas críticas não são solucionados. Os problemas na saúde, na habitação, os baixos salários e pensões de reforma, mantêm-se ou agravam-se. Quando escrevo, as esperas nas urgências dos hospitais são de horas. Por exemplo, 17 no Beatriz Ângelo, ou 9 no Garcia de Orta. E agora no período das Festas, Marcelo promulgou a alteração à Lei dos Solos (já contestada pelo PCP, BE, Livre e PAN) que se entrar em vigor, será mais um avanço da floresta de betão, mais uma porta aberta à especulação e aos interesses dos “patos bravos”.

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Destacar como positivo, o XXII Congresso do PCP. Foi feito um minucioso balanço da vida nacional e apresentadas propostas fundamentadas para ultrapassar os graves problemas com que se depara. No plano internacional, a análise do que mais aflige os povos, nomeadamente os conflitos armados, solidarizando-se o PCP com todas as vítimas e apresentando soluções de paz. A propósito, a última edição do jornal Avante! Dá grande destaque à manifestação nacional promovida por diversas organizações entre as quais o CPPC “É urgente pôr fim à guerra! Todos juntos pela Paz” no próximo dia 18 às 15 horas em Lisboa.

No plano internacional, 2024 foi uma desgraça. Depois do nível mais baixo e abjeto a que o ser humano chegou com o Holocausto nazi, seria impensável o que se passa na Faixa de Gaza. Não se mata em fornos crematórios, mas à bomba, à fome e agora também devido às condições atmosféricas, os mais débeis, as crianças, até ao frio. Arrasam-se abrigos e hospitais. E toda a região, Palestina, Líbano, Síria, é submetida. Esta última, controlada agora por fanáticos criminosos, apresentados por quem os apoiou, como arrependidos e já dignos de crédito. Quem os apoiou, são os mesmos que apoiam ou fecham os olhos ao genocídio em Gaza. Os mesmos que apoiaram o golpe de 2014 na Ucrânia que deu origem à atual guerra. É gente tão insuspeita que o diz como o professor norte-americano Jeffrey Sachs, que desde sempre alertou no que daria a ultrapassagem do que a Rússia considerava as linhas vermelhas da sua segurança, o avanço da NATO para junto das suas fronteiras. A própria Angela Merkel, no seu recente livro de memórias Freedom (Liberdade), também aponta o dedo à intransigência da Polónia e países bálticos, das forças extremistas ucranianas, dos EUA e da complacência da UE. E ambos afirmam que mesmo depois, os Acordos de Minsk podiam ser a solução se cumpridos pelos protagonistas citados e que o conflito só pode terminar pela diplomacia.

Devido à intransigência e ânsia de hegemonia, sobretudo dos EUA, nasceram os BRICS. O império ianque, tal como todos os impérios, para bem da cooperação e da paz, está a desmoronar-se. Uma das poucas coisas positivas que o velho ano confirmou.

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