3 Maio 2024, Sexta-feira
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Festivais e festarolas

Entre o quotidiano, muitas vezes exigente,  que nos entra pela porta o tempo é de autárquicas. Leia-se o Diário da Região e não restam dúvidas. Na verdade o folclore é imenso, em franca oposição ao estado de alma e vontade para o exercício do dever da participação do comum do cidadão.

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Talvez para contrariar, ou disfarçar o desalento do cidadão, as festas multiplicam-se, como bem referiu Manuel Henrique Figueira recentemente neste jornal.  Interrogo-me donde vem o dinheiro para tanta festa, quando quase sempre falta para o essencial e importante? Viajar pelas nossas estradas nesta altura do ano é magnífico, pela paisagem mas não só. Os anúncios e pendentes de festas, festivais e festarolas não têm limites. Mesmo a mente mais imaginativa e inovadora em cada curva é brutalmente surpreendida. Não me refiro às tradicionais festas e romarias, mas sim a tudo o resto que pretende animar as nossas terras. Todas as cidades, vilas, aldeias, freguesias e lugares se multiplicam em todo o tipo de eventos sobre os mais variados temas e infinitos formatos. Para todos os gostos. Habitualmente, cada um destes eventos tem um programa cultural gratuito preenchido por todo o tipo de artistas, incluindo os mais conhecidos, cujo custo não será propriamente barato. Quanto custa esta cultura e quem a paga? Qual o retorno deste investimento? Suspeito que o custo desta “cultura gratuita”, a mais das vezes de qualidade duvidosa, é muito caro. Obviamente que todos têm direito a cultura e entretenimento mas há um limite para o razoável. O que vejo por aí anunciado leva-me a suspeitar que esse limite foi largamente ultrapassado e que alguém com algum bom senso tem de por termo a isto. Não tenho dúvida que toda esta “animação” mexe positivamente com as micro-economias locais e não só, mas já tenho enormes dúvidas que cada um dos euros “investidos” tenha o melhor dos resultados e efeitos. Se este dinheiro fosse investido diretamente em economia social, saúde, educação, etc., qual seria o efeito positivo na qualidade de vida das pessoas? Naturalmente que muito para além do bom senso, que tanta falta faz, alguém tem de monitorizar este “frenesim festivo” e equacionar as melhores alternativas para a aplicação destes dinheiros. Enquanto isto não acontecer, um breve levantamento do que por aí se celebra e festeja deixaria o mundo boquiaberto com a imaginação e diversidade cultural (?) deste povo.

Carlos Cupeto
Universidade de Évora
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