Moita já deixou de fazer parte da Associação Intermunicipal de Água

Moita já deixou de fazer parte da Associação Intermunicipal de Água

Moita já deixou de fazer parte da Associação Intermunicipal de Água

PS critica criação de empresa intermunicipal, que, diz, faria subir preços da água no concelho. CDU contesta decisão

A Moita já deixou de fazer parte da Associação Intermunicipal de Água (AIA) da Região de Setúbal. A Assembleia Municipal aprovou, na última quinta-feira, a saída do município daquela entidade, com os votos favoráveis de PS (15) e CDS (2) e do deputado independente. A CDU (10) e o BE (2) votaram contra.

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Para os socialistas, o município da Moita nada tinha a ganhar em continuar associado àquela entidade. Até porque, a AIA pretende criar uma empresa intermunicipal responsável pelo abastecimento em alta que custaria à Moita a sua autonomia nessa matéria, ou seja, a gestão da água da Moita deixaria de estar sob controlo do município. “O que nos estão a propor de forma cândida é nós cedermos aquele que é um activo do concelho da Moita”, considerou Carlos Albino, presidente da Câmara Municipal, já depois de ter sublinhado: “A Moita continuaria com a distribuição em baixa e iria comprar a água à empresa intermunicipal criada, aos preços que ela definisse, deixando de ter qualquer controlo sobre esses valores”.

De acordo com o autarca socialista, actualmente a captação de água custa ao município da Moita “18 cêntimos por metro cúbico”. Preço que, argumentou, duplicaria se já estivesse implementada a empresa a criar pela AIA. “Estaríamos a pagar entre 34,5 e 37 cêntimos, segundo os cenários apresentados pela AIA”, vincou.

Carlos Albino realçou também o que considera outra desvantagem para a Moita, caso o município viesse a integrar a empresa intermunicipal ao manter-se na AIA. E deu um exemplo: “Almada, que tem problemas com a [captação de] água, ficaria a deter 28,3% da nova empresa. O concelho da Moita, que não tem problemas com a água e que até pode vender a Almada ou a outros concelhos aqui à volta, ficaria com 6,8% desta empresa. Era um óptimo negócio para o concelho da Moita”, ironizou.

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O socialista contestou ainda o desenho da empresa a criar. “Segundo o estudo apresentado pela AIA, teríamos [uma empresa com] um terço de directores e o resto de operacionais. Era quase mais ‘chefes do que índios’. Já estava previsto cinco carros para os srs. directores, mas só dois carros para os operacionais. Isto é o que nos querem vender”, criticou.

João Faim, membro da Assembleia Municipal eleito pela CDU, considerou que Carlos Albino “fez um exercício mentiroso”, ao “comparar” duas situações distintas: “O custo sem investimento e o custo com investimento”.

Antes, o deputado da CDU já havia afirmado que “a questão da AIA não se resume a uma mera opção de negócio do preço da água”. “É uma opção estratégica para a região”, defendeu, depois de aludir à possibilidade de que a salinização da água nos furos de captação também é “uma ameaça” para a Moita. E argumentou que a garantia de haver quantidade de água com qualidade necessária na Moita num futuro próximo passa pela AIA, por um modelo em que quem tem abastece quem não tem ou quem deixa de ter em quantidade e qualidade. “Querer aderir à AIA mais tarde vai sair mais caro”, alertou, ao mesmo tempo que refutou que a AIA venha a impor o preço da água aos municípios.

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Com a saída da Moita, a AIA ficou agora reduzida a sete municípios associados, dos nove que compõem a península de Setúbal, já que Montijo nunca integrou a associação.

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