Votos contra do PSD, da CDU, do Bloco de Esquerda, do CDS e do Chega. PS vota a favor
A proposta de orçamento para 2025 da Câmara Municipal de Almada, no valor de 182,3 milhões de euros, foi rejeitada na Assembleia Municipal com os votos contra do PSD, da CDU, do Bloco de Esquerda, do CDS e do Chega.
O orçamento e as grandes opções do plano de Almada, município liderado pela socialista Inês de Medeiros, tinham sido aprovados em Novembro em reunião de câmara, com os votos contra dos quatro vereadores da CDU e da vereadora do Bloco de Esquerda, a abstenção do vereador do PSD e os votos a favor do PS, usando a presidente o voto de qualidade.
Ontem, sexta-feira, em reunião da Assembleia Municipal, o orçamento foi rejeitado assim como a proposta de Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) de 0,35% e o IMI familiar.
Segundo Inês de Medeiros, os objectivos do orçamento mantinham-se os mesmos de anos anteriores, entre os quais o apoio às famílias e a concretização do processo de transferência de competências nas áreas da saúde, social e educação, melhorando as respostas e infra-estruturas do concelho.
A melhoria da mobilidade do concelho era outro dos objectivos fixados, assim como maior atracção e concretização de investimentos privados e a sustentabilidade das finanças locais.
Do total de verba prevista para 2025 (182,3 milhões de euros), 70% (127,6 milhões de euros) destinava-se a despesa corrente dos quais 62,4 milhões de euros para despesas com pessoal e 54,7 milhões de euros para despesas de capital.
Das actividades e investimentos Inês de Medeiros destacou a área da habitação, estando previstos 18 milhões de euros de investimento, ficando a área da inclusão com 13,5 milhões de euros para apoio alimentar, alargamento do horário pré-escolar, transporte escolar, requalificação de refeitórios e reparações em edifícios escolares.
A presidente da CMA destacou ainda a área social, referindo a construção dos centros de saúde da Costa da Caparica e do Feijó com um valor de oito milhões de euros e a bolsa nacional de alojamento urgente e temporário.
O executivo da Câmara Municipal de Almada é liderado pela socialista Inês de Medeiros e tem mais quatro vereadores socialistas, um vereador do PSD, quatro da CDU e uma vereadora do BE.
A Assembleia Municipal de Almada é composta por 13 deputados do PS, 10 da CDU, três do Bloco de Esquerda, três do PSD, dois do Chega, um do CDS e um do PAN.
Integram ainda a Assembleia Municipal, por inerência, os presidentes da União de Juntas de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas (PS), da União de Juntas de Freguesias da Charneca de Caparica e Sobreda (PS), da União de Juntas de Freguesias do Laranjeiro e Feijó (CDU), da União de Juntas de Freguesias da Caparica e Trafaria (PS) e da Junta Freguesia da Costa da Caparica (independente).
Na véspera da votação do documento o PSD divulgou que admitia chumbar o orçamento da Câmara de Almada para 2025 por alegada “falta de reciprocidade na gestão” do município, após sete anos de coligação com a maioria PS liderada por Inês de Medeiros.
O voto do PSD tem sido fundamental para a aprovação dos orçamentos da maioria PS que governa a Câmara de Almada (distrito de Setúbal) desde 2017, pelo que o voto contra dos eleitos sociais-democratas poderá inviabilizar a aprovação do documento.
Face a esta tomada de posição pública do PSD Almada, a presidente do município admitiu em declarações aos jornalistas que encara com “estupefacção” o anúncio dos sociais-democratas, lembrando que o documento foi aprovado na câmara “graças ao vereador do PSD”.