Perito defende que duplo homicida do Seixal agiu descompensado por esquizofrenia

Perito defende que duplo homicida do Seixal agiu descompensado por esquizofrenia

Perito defende que duplo homicida do Seixal agiu descompensado por esquizofrenia

Julgamento começou esta quarta-feira sob fortes medidas de protecção do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional devido ao carácter violento do arguido

O Tribunal de Almada começou a julgar, esta quarta-feira, Rui Afonso, de 24 anos, por dois homicídios violentos na via pública no Seixal e por cinco roubos com arma branca. Fábio Veríssimo, 20 anos, morto a 26 de Dezembro do ano passado, e Ilda Rodrigues, 76 anos, a 15 de Janeiro deste ano, foram as vítimas do arguido.

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No início do julgamento, que decorreu sob fortes medidas de protecção do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional devido ao carácter violento do arguido, Rui Afonso remeteu-se ao silêncio após ser lida a acusação.

No Hospital Prisão de Caxias, foi diagnosticada ao arguido perturbação esquizofrénica. Em tribunal, esta quarta-feira, o perito que fez a avaliação psiquiátrica defendeu que Rui Afonso se encontrava em descompensação devido à anomalia psíquica grave durante o tempo em que decorreram os crimes.

Mesmo tendo utilizado o cartão de uma das vítimas após um dos roubos, o perito afirmou que o arguido não agiu em plena consciência e que deve ser assim inimputável por todos os crimes. Neste caso, o arguido não será condenado a pena de prisão, mas sujeito a uma medida de internamento.

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A onda de crimes violentos pelo arguido deu-se entre Dezembro do ano passado e Janeiro. Fábio Veríssimo, a primeira vítima, foi morto à facada na madrugada de 26 de Dezembro, na Rua da Cordoaria, na Amora. Estava com uma amiga quando foi esfaqueado brutalmente pelo homicida. A vítima foi encontrada sem vida por uma patrulha da PSP na via pública, mas o homicida já se encontrava em fuga.

No dia 15 de Janeiro, na Avenida da Liberdade, a 500 metros do local do homicídio de Fábio, Ilda Rodrigues, de 76 anos, foi assassinada com cinco facadas no peito pelo homicida quando ia para o trabalho. A idosa resistiu ao assalto de que foi vítima e acabou por falecer. Rui fugiu com a mala da idosa, que tinha pouco menos de 20 euros.

No espaço de tempo entre as duas mortes violentas, Rui Afonso roubou outras cinco mulheres com recurso a arma branca. Estas não resistiram, entregaram os pertences e sobreviveram ao encontro.

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A Polícia Judiciária de Setúbal viria a deter o suspeito um dia depois do homicídio de Ilda Rodrigues após denúncia recebida pela irmã do arguido. A investigação, num trabalho conjunto com a Esquadra de Investigação Criminal do Seixal, chegou ao suspeito ao cruzar os depoimentos das vítimas dos roubos com testemunhas dos homicídios.

Na casa de Rui, este tinha bens das vítimas, entre os quais a bolsa de Ilda.  Durante o início do julgamento, a mãe do arguido, que não vivia com este, contou que o homem era perigoso e que procurou várias vezes ajuda hospitalar para o filho. “Numa consulta com a psicóloga, foi-me dito para não deixar crianças com ele sem vigilância e para não trancar as portas de casa, mas nunca houve diagnóstico de esquizofrenia ou internamento”.

Foram também ouvidos amigos e familiares de Fábio Veríssimo, que declararam que o jovem era cheio de vida, trabalhador, animado, adepto ferrenho do Sporting e que sonhava ser personal trainer.

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