Projecto combate lixo marinho, promove educação ambiental e protege cavalos-marinhos no estuário do Sado
A cidade de Setúbal recebeu o Encontro Mares Circulares 2024, estando em destaque impacto ambiental e educacional do projecto Mares Circulares, uma iniciativa de sustentabilidade da Coca-Cola em parceria com a Liga para a Protecção da Natureza (LPN). O projecto apresenta como resultados, desde 2018, quase dez toneladas de resíduos recolhidos em praias e zonas costeiras, a participação de mais de sete mil voluntários e a formação e sensibilização de cerca de dez mil pessoas.
Foi também assinado neste evento um protocolo que tem como objectivo contribuir para o conhecimento, monitorização e preservação das populações de cavalos-marinhos presentes no estuário do Sado.
Presente na sessão de abertura deste encontro, realizado na Casa da Baía, esteve o presidente da câmara, André Martins, tendo destacado a importância do projecto Mares Circulares. O autarca considerou que se trata de uma “iniciativa exemplar que enfrenta o grave problema do lixo marinho, mas promove também profunda mudança de mentalidade” na sociedade.
“Este projecto evidencia que um futuro sustentável depende de cidadãos mais informados, conscientes e responsáveis, capazes de criar e implementar soluções ambientalmente sustentáveis”, disse, saudando a Coca-Cola por, em 2018, no âmbito da sua estratégia de sustentabilidade, ter lançado uma iniciativa que “abraça a economia circular, a sensibilização ambiental e a cidadania activa através do voluntariado”.
O edil lembrou que actualmente o projecto é apoiado por 35 municípios nacionais, “num esforço colectivo” entre comunidades, organizações não governamentais, empresas e cidadãos.
Os resultados apresentados registam quase dez toneladas de resíduos recolhidos em praias e zonas costeiras, a participação de mais de sete mil voluntários e a formação e sensibilização de cerca de dez mil pessoas, promovendo, para André Martins, um “impacto educativo duradouro”.
Foi também notado pelo autarca que, em Setúbal, a colaboração com a Associação da Baía de Setúbal “fortaleceu as acções de literacia do mar” e destacou que o projecto é “um exemplo de união de esforços entre as autarquias e Organizações Não Governamentais”.
No entender do edil, “é também graças a estas iniciativas” que, “ano após ano”, Setúbal tem conseguido a obtenção do galardão Bandeira Azul. “Setúbal, com uma das Mais Belas Baías do Mundo e áreas protegidas de importância nacional e europeia, reconhece a sua responsabilidade acrescida na preservação deste património natural inestimável. Estamos determinados a garantir que as futuras gerações herdem um ambiente saudável e sustentável”, afirmou.
Município assina protocolo de preservação de cavalos-marinhos
Nesta cerimónia foi também assinado pela Câmara Municipal de Setúbal, através da vice-presidente Carla Guerreiro, um protocolo de cooperação com a Coca-Cola Europacific Partners, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN) e o Instituto para a Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). Este acordo tem como objectivo contribuir para o conhecimento, monitorização e preservação das populações de cavalos-marinhos presentes no estuário do Sado.
André Martins lembrou que o projecto CavalSado nasceu depois de o estuário ter sido “identificado como uma das zonas mais ricas em cavalos-marinhos em Portugal”, registando “algumas ocorrências das duas espécies, assim como algumas bolsas de habitat favorável, como pradarias de ervas-marinhas, ou até mesmo estruturas e materiais resultantes da acção humana”.
Para o autarca “é muito escassa” a informação sobre a presença de cavalos-marinhos no estuário do Sado, “o que justifica a urgência de estudar a situação actual das comunidades” daquela espécie na zona, resultando desse facto a assinatura do protocolo. “O futuro do nosso estuário do Sado, o futuro dos nossos mares e da nossa natureza depende de nós. Vamos continuar a fazer a diferença, juntos”, atirou.
A instituição proponente do memorando de entendimento é a MARDIVE – Associação de Ciência e Educação para a Conservação da Biodiversidade Marinha, que vai desenvolver o trabalho científico e de investigação em parceria com o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente.
Este projecto contempla a monitorização científica contínua no tempo, com o objectivo de identificar “tendências de abundância populacional” e a identificação de “hotspots de interesse para a conservação e de riscos e ameaças que se colocam a esta espécie”.
A implementação de programas educativos nas escolas, o desenvolvimento de campanhas efectivas para a conservação do Estuário do Sado e a criação de um comité de gestão para a biodiversidade marinha e de áreas de “santuário” ou de “conservação e compatibilização de usos” e de um centro de interpretação e de recuperação do cavalo-marinho fazem também parte do plano de acção.
Estes trabalhos, que vão decorrer até Agosto de 2025, implicam um investimento perto dos 20 mil euros, sendo que a autarquia setubalense contribui com um apoio financeiro de cinco mil euros, além de proporcionar apoio institucional.