Evento decorre a 23 de Dezembro pelas 18 horas. Inscrições podem ser feitas até dia 16 na recepção da instituição
Na Cáritas Diocesana de Setúbal ninguém é deixado de fora na época natalícia. Entre os jantares de Natal, a troca de prendas e a construção de presépios pela mão dos utentes, tudo é motivo para convívio e partilha durante a festividade, que chega a todos os polos da instituição.
No Centro Social de S. Francisco Xavier, na Praça Teófilo de Braga, dezenas de utentes já esperam ansiosamente pelo jantar que a 23 de Dezembro, a partir das 18 horas, vai reunir centenas naquela que é uma das actividades mais esperadas do ano.
“Vamos fazer o jantar de Natal para as pessoas em situação de sem-abrigo. Apoiamos pessoas diariamente e, normalmente, nesse jantar de Natal, acabam por vir até para além deste local – chegam-nos pessoas do concelho e até do distrito”, explica o presidente da instituição, Paulo Cruz, em declarações a O SETUBALENSE.
As inscrições para a ceia estão abertas até 16 de Dezembro, e basta dar o nome na recepção do espaço perpendicular à Avenida Luísa Todi. “[Neste dia] é colocada uma tenda no espaço público em frente à Cáritas e aparecem sensivelmente entre 250 e 300 pessoas e proporcionamos-lhes o que será a sua refeição de Natal”, relata o responsável.
Nesta noite várias são também as pessoas que aparecem sem inscrição prévia mas, garante Paulo Cruz, “cá estaremos para dar a todos os que nos aparecerem, não vamos de forma alguma deixar de dar o jantar de Natal”.
“O jantar de Natal é com todos sentados, com comodidade, são servidos à mesa por técnicos e voluntários nossos. É realmente um jantar que nós lhes entregamos no sentido de garantir que é só sentar e ter o seu jantar todo proporcionado. É algo que considero extremamente importante porque é a dignidade que esta gente precisa”.
Mas não só da ceia de Natal é feita a noite destas pessoas. Outras actividades também complementam aquela que é a iniciativa que requer uma “grande preparação por parte da equipa. Apesar da paragem durante a pandemia de covid-19 a adesão tem sido sempre muita.
“Há depois a entrega de presentes, eles cantam com o karaoke e participam um bocadinho no sentido de criar um ambiente festivo. Durante o covid não se fazia e foi reactivado posteriormente, precisamente porque eles começaram a referir que consideram muito importante ter a sua festa de Natal”.
Crianças negligenciadas aprendem o que é a magia do Natal
Noutro dos pólos da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), no Centro de Acolhimento Temporário de Nossa Senhora do Amparo, trazer o espírito natalício torna-se uma tarefa mais trabalhosa, mas não impossível.
Esta é uma “residência temporária para crianças que se encontram em situação de perigo por terem sido alvo de negligência, maus-tratos físicos ou psicológicos, abuso sexual, exposição a comportamentos desviantes”.
Aqui vive-se a quadra de forma diferente. Os meninos institucionalizados escrevem a carta ao Pai Natal, e no dia 24 de Dezembro faz-se a ceia de Natal, sendo que no dia 25 também convivem num almoço. Tudo para criar “um ambiente familiar total para a criança sentir o espírito natalício”.
“Proporcionamos a estes meninos o Natal como se fosse nas nossas casas. Escolhem a prenda, depois há uma instituição que compra as prendas, é feita uma ceia com uma refeição especial de Natal, são abertos os presentes e depois, no dia a seguir, também fazemos o almoço de Natal”, detalha o presidente.
“Como entidade religiosa que somos, pomos sempre como mensagem fundamental o nascimento de Jesus”.
Instituição garante a quadra natalícia aos idosos, mães e grávidas
Já no Centro Social de Nossa Senhora da Paz, na Avenida Francisco Fernandes, na zona da Bela Vista, as mães e crianças, grávidas e idosos também não deixados de parte.
“Fazemos o almoço dos idosos, geralmente é sempre o prato que eles gostam mais que é o bacalhau, a dona Fátima faz-nos sempre esse miminho no almoço do dia 24 de Dezembro. E também é entregue uma prendinha, uma lembrança da instituição. Mesmo os doentes, as pessoas que estão em casa, os idosos que estão dependentes ou estão acamados, do serviço de apoio domiciliário também lhes são entregues umas lembranças”, explica a responsável pelo centro, que dá resposta social a estes utentes, Carla Carvalho, acrescentando que estes últimos têm também direito a receber um bolo rei.
No caso das mães e crianças que estão também a viver neste centro, este ano vão ser apenas duas a passar o Natal na instituição. “São mães que efectivamente não têm ninguém que as acolha no Natal, então vão passar aqui connosco, com as auxiliares. Nesse dia também é feito um jantar diferente e têm uma lembrança que é aberta nessa noite”.
“No dia 13 de Dezembro fazemos também o nosso jantar de Natal com os auxiliares e com todas as meninas”, completa ainda.