Vereadores consideram que proposta apresentada é “último suspiro” de uma governação que “ornamenta, mas não transforma”
Os vereadores eleitos pelo Partido Socialista (PS) justificaram chumbo do Orçamento Municipal de Setúbal para 2025, considerando que a proposta apresentada pela CDU é o “último suspiro” de uma governação que ao longo de mais de 20 anos “não teve habilidade suficiente” para aproveitar as oportunidades “de que dispôs e capitalizar as maiorias absolutas”. Numa conferência de Imprensa na sede do partido rosa, em Setúbal, os vereadores destacaram que a governação da CDU “ornamenta, mas não transforma”.
Para o PS, a proposta apresentada “está longe de ser uma estrela de Natal”. “É uma luz que se apaga e que arrasta consigo um concelho onde a dívida cresce, onde se ‘plantam’ mais parquímetros do que árvores, e onde as respostas essenciais falham de forma avassaladora”.
Os eleitos socialistas consideram que ao longo dos anos, a CDU “arrastou” Setúbal para “uma enorme rotunda à volta da qual o concelho circula em voltas intermináveis, mas de onde não consegue sair”. Os autarcas explicam que “têm alertado, não só neste mandato, para a impossibilidade de manter este modelo de gestão”.
Os vereadores recordam que a CDU “socorreu-se da mão amiga” do PSD para “manter a ilusão” de que governava sozinho. “A responsabilidade dos autarcas do PS é uma e apenas uma: a de votar qualquer proposta que lhes seja apresentada em função do modelo de gestão que defendem e da sua visão para o desenvolvimento do concelho”.
Nesse sentido, os eleitos consideram que a proposta de Orçamento para 2025 está “em linha” com as propostas que a CDU tem apresentado ao concelho. “Uma proposta insuflada, sem rasgo nem ambição, que se limita a somar milhões não executáveis aos milhões que todos os outros anos ficam por executar”.
Abordando as receitas de capital, consideram que o “incremento” proposto face a 2024 resulta de um “acréscimo de 23,2M€ nas transferências por via do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), dos empréstimos a 20 anos já aprovados, e de um aumento de quase 45,3M€ nas outras receitas de capital”.
É no âmbito da despesa que os socialistas registam “com preocupação” o aumento em 20,4M€ na aquisição de bens e serviços (mais 32,67% face ao orçamentado para 2024), dos quais quase 18,5M€ “se alocam exclusivamente à aquisição de serviços”. No entender do PS, a decomposição deste valor pelas diferentes rubricas “oferece dúvidas quanto ao seu destino ou exequibilidade”.
Os eleitos destacam ainda nesta análise a verba destinada à construção de nova habitação, avaliada em 400 euros. Para os socialistas, este valor é um “sinal claro” da resposta que o executivo “tem para dar a todos quantos não conseguem aceder a uma casa em condições de mercado”.
Segundo o PS, a ausência de medidas “de apoio imediato ao acesso dos jovens e das famílias à habitação com renda acessível relega este orçamento para a galeria onde figuram muitos outros apresentados pela CDU ao longo dos anos e onde o acessório suplanta largamente o essencial”.