O grande argumento dos apoiantes da guerra na Ucrânia, é que esta foi invadida pela Rússia e que isso é uma clara violação do Direito Internacional. Mas omitem todos os antecedentes dessa invasão. Omitem que na região onde ela se verificou, o Donbass, a sua população de tradições e língua russa, há muito exigia um referendo para determinar a sua autonomia. Referendo esse que constava nos Acordos de Minsk.
Como se sabe, Francoise Hollande, Ângela Merkel e mais recentemente o ex secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, confessaram que a sua discussão servira apenas para ganhar tempo e armar o regime fascizante de Zelensky. Regime esse que para abafar o legítimo direito daquele povo à sua autodeterminação, antes da invasão, já tinha provocado imensa repressão e 15 mil mortos. Assim como omitem a questão da NATO. A promessa da sua não expansão para leste incluindo uma futura adesão da Ucrânia como Zelensky tem insistentemente implorado, ficando Moscovo na mira, a minutos, dos misseis do ocidente capitaneado pelos EUA.
E é esta mesma gente que apoia a maior vergonha do nosso tempo, o genocídio na Faixa de Gaza, só comparável ao holocausto nazi. Ainda agora vetaram, os EUA, na Assembleia Geral da ONU, mais uma proposta de cessar-fogo.
Em vez de procurarem a paz à mesa das negociações, única forma dela ser conseguida sem mais derramamento de sangue e ameaças à paz na Europa e no mundo, no fim do mandato, Biden, decide autorizar o governo de Zelensky a utilizar misseis de longo alcance para bombardear a Rússia, fazendo assim escalar a guerra com consequências decerto muito perigosas.
Finalmente, por cá, os responsáveis pela crise em sectores tão importantes como o Ensino onde a falta de professores deixa sem aulas milhares de estudantes. Ou na Saúde, devido ao estado a que deixaram chegar o SNS onde se insere o INEM que devido a diversas e inaceitáveis falhas e insuficiências, provoca mais de uma dezena de mortes. Podemos e devemos acrescentar ainda a crise na habitação e os salários tão exíguos que milhares de trabalhadores empobrecem mesmo a trabalhar. E, claro, as parcas pensões de reforma que colocam tantos portugueses e portuguesas, depois de uma vida de trabalho, perante o triste dilema de comprarem medicamentos ou alimentos.
Quando dizem que não há dinheiro, que o País não tem recursos, o secretário-geral da CGTP , Tiago Oliveira, nas grandes manifestações de Lisboa e do Porto do passado dia 9 que a comunicação social dominante deu uma pálida imagem, lembrou que só no primeiro semestre deste ano, os tais responsáveis, os governos do PS e do PSD, permitem que 19 grupos económicos tenham, por dia, lucros de 33 milhões de euros. Os mesmos governos que já canalizaram centenas de milhões de euros para alimentar a guerra na Ucrânia.
É esta a política, a moral, desta gente. Até para minimizar e reverter esse enorme perigo que são as consequências das alterações climáticas que as guerras agravam, é imperioso acabar com elas.