Galp cancela projecto de refinaria de lítio em Setúbal 

Galp cancela projecto de refinaria de lítio em Setúbal 

Galp cancela projecto de refinaria de lítio em Setúbal 

Decisão da petrolífera comunicada à CMVM após abandono da Northvolt do projecto Aurora

A Galp decidiu abandonar o projecto Aurora Lithium, para uma refinaria de lítio em Setúbal, que iria ficar localizada no Parque Industrial da Mitrena, depois da desistência da Northvolt e de não ter arranjado outro parceiro. A informação foi avançada pela petrolífera esta terça-feira, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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“A Galp decidiu não avançar com a construção do projeto Aurora”, disse o grupo. “Inicialmente uma parceria 50/50 entre a Galp e a Northvolt, esta última comunicou à Galp no início de 2024 a sua decisão de deixar de investir no Aurora”, destacou.

Desde então, “a Galp tem procurado identificar novos parceiros internacionais, mas sem sucesso”, referiu, recordando que o “Aurora está a trabalhar desde 2021 para estabelecer uma fábrica de conversão de lítio em Setúbal, com o objectivo de fornecer a indústria de baterias, aproveitando as reservas de lítio de Portugal”.

De acordo com a petrolífera, apesar dos “esforços significativos”, que incluíram “a montagem de uma equipa qualificada, a realização de estudos de engenharia, a preparação de processos de licenciamento e a procura de incentivos e financiamentos”, o contexto actual e a impossibilidade de contar com um parceiro internacional inviabilizam a realização do projecto.

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Este processo teve muitas reviravoltas, sendo que no final do passado mês de Outubro, o administrador da Galp havia garantido que a futura refinaria de lítio em Setúbal iria mesmo avançar, apesar da Northvolt ter feito um pedido de resgate financeiro de 280 milhões de euros para aguentar a empresa a curto prazo. 

Essa garantia de execução foi dada por  Georgios Papadimitriou, que na altura rejeitou fazer comentários sobre a situação da Northvolt. “Estamos a desenvolver o projecto”, afirmou em declarações ao Jornal Económico, tendo ainda assegurado que “o projecto avança e vai continuar a avançar”.

Os comentários foram feitos após o governo sueco se ter recusado a avançar com um resgate financeiro para ajudar a gigante de baterias eléctricas, Northvolt, que está com dificuldades económicas e a lutar pela sobrevivência e tentar desesperadamente angariar capital enquanto se concentra na sua primeira gigafábrica. Serão despedidas pessoas e uma parte de uma das suas fábricas será encerrada.

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Autarquia já tinha dado parecer favorável ao projecto de instalação

No dia 16 de Outubro, a Câmara Municipal de Setúbal deu um parecer favorável condicionado ao projecto de instalação da nova refinaria de lítio, no âmbito do estudo de impacte ambiental em processo de consulta pública. No documento aprovado em reunião de câmara, é indicado que em resultado da análise efectuada, considera-se que o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) em apreço “encontra-se bem estruturado” e com um conteúdo “que dá resposta a grande parte das necessidades de mitigação dos principais impactes identificados”.

O parecer favorável condicionado da autarquia foi emitido mediante o “cumprimento integral das medidas de mitigação constantes” no EIA e de outras complementares, com destaque para “a execução de um conjunto de beneficiações a nível rodoviário”. A autarquia propõe também que o promotor, a Aurora, realize um estudo “que incida sobre os modos de transporte de matéria-prima e produto final/subprodutos, alternativos ao transporte realizado por veículos pesados, nomeadamente com recurso a ferrovia ou, entre outros, pipelines”.

Unidade industrial ia criar 200 postos de trabalho directos e 3 mil indirectos

Caso se concretizasse, esta unidade industrial iria ficar localizada no Parque Industrial da Mitrena e ia implicar um investimento de um valor entre os 1.100 e os 1.300 milhões de euros, assim como a criação de 200 postos de trabalho directos e 3 mil indirectos. Ao abrigo do acordo existente, a Northvolt ficava obrigada a comprar 50% da produção anual desta refinaria.

O projecto Aurora iria ter capacidade para produzir o hidróxido de lítio suficiente para equipar 700 mil veículos eléctricos, numa capacidade de produção inicial entre 28 mil a 35 mil toneladas de hidróxido de lítio, material essencial para produzir baterias de ião-lítio. Inicialmente, o consórcio luso-sueco tinha ideias de arrancar com a operação até ao final de 2025, mas em outra das reviravoltas deste processo, houve um atraso de dois anos, alargando a data de inicío das operações para 2028. Com LUSA

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