A grande manifestação da CGTP e a comunicação social

A grande manifestação da CGTP e a comunicação social

A grande manifestação da CGTP e a comunicação social

, Ex-bancário, Corroios
19 Novembro 2024, Terça-feira
Francisco Ramalho

A CGTP-IN realizou no passado dia 9 em Lisboa (e no Porto), uma grande manifestação pelo aumento dos salários e pensões, pela defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado. Pela sua dimensão, supomos que surpreendeu muita gente. Mas surpreendeu quem lá esteve! Quem não esteve, não teve essa impressão. A comunicação social dominante, como habitualmente, não quis que tivesse.

Para se ter uma ideia, quando acabou de sair do Cais do Sodré, já os primeiros manifestantes chegavam ao Rossio.

- PUB -

Não sabemos bem como foi tratada pela generalidade dos media, mas sabemos por alguns: Antena1, Rádio Renascença e SIC-Notícias, que não deve ter sido muito diferente dos outros.

Disse a rádio pública: foram “milhares de pessoas”. Não sendo objetiva, mesmo assim, dos três, foi a mais fidedigna. A estação de televisão e a de rádio, avaliaram em “mais de mil pessoas”. Uma tristeza! Para não usar um merecido termo bem mais forte. Mais de mil, podiam ser mil e uma, ou 40, 50 ou mesmo 60 mil, que foi o que aconteceu.

Deveriam referir, pelo menos, dezenas de milhar.

- PUB -

É mais um exemplo de como os media, os donos deles, disto tudo, tratam a maior central sindical deste País e as forças mais consequentes da oposição. Para manipular e desanimar o povo, contribuindo assim, para esta democracia condicionada.

Do discurso do secretário-geral da CGTP, Tiago Oliveira, que focou os principais problemas que afetam os trabalhadores e o País, apenas uns respigos. E teriam muito para dizer!

Por exemplo: “A real situação é a continuação do empobrecimento de quem trabalha ou de quem trabalhou. Não é justo que tenhamos no nosso país 2,7 milhões de trabalhadores que ganham menos de 1000 euros brutos por mês (…) Não é justo que 850 mil trabalhadores recebam apenas o SMN. Como não é justo que na Administração Pública, dos 750 mil trabalhadores que a compõem, 160 mil ganhem o salário mínimo. Os argumentos são sempre os mesmos: a economia não aguenta, o país não aguenta. Logo, não pode haver aumentos salariais. Mas, enquanto dizem isto, 19 grupos económicos lucraram, no primeiro semestre de 2024, por dia, 33 milhões de euros”.

- PUB -

Sobre outro assunto fundamental, a produção nacional: “Não é aceitável que o País abdique de setores industriais fundamentais e se reduza a economia à dependência do turismo. (…) Tínhamos a Sorefame, fazíamos os nossos próprios comboios. Desapareceu. Tínhamos Estaleiros Navais. Deram um grande, grande, rombo na nossa indústria naval. Temos a TAP, mas pelos vistos não serve para o Estado, mas serve para o setor privado do capital transnacional. Tínhamos a EFACEC, mas também foi passada para grupos multinacionais.”

Abordou outros problemas da responsabilidade de quem nos tem (des)governado há décadas. Como o descalabro no Serviço Nacional de Saúde ou o OE para 2025. E terminou: “Vamos intensificar a ação reivindicativa e a luta, nas empresas e nas ruas, na oposição à política que está no Orçamento e que virá para além dele”.

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -