Socialistas defendem que origem da degradação financeira da Câmara está no mandato de Dores Meira. A ex-autarca vê o PS como “partido da bancarrota em Setúbal”
O PS considera que o agravamento da situação financeira da Câmara de Municipal Setúbal se deve apenas à “gestão danosa” da maioria CDU e não a medidas fiscais aprovadas pelo partido rosa. Na última reunião da Assembleia Municipal, o presidente da autarquia sadina, André Martins, acusou PS, e também o PSD, de terem conjugado esforços para impor um corte de 20 milhões de euros nas receitas do município ao longo do mandato 2021/2025.
O partido socialista não só refuta a acusação do presidente do município, como atira a responsabilidade para as maiorias CDU do anterior e do actual mandato autárquico. “A situação financeira do município não resulta da acção da oposição, mas sim da gestão danosa de sucessivos executivos CDU”, afirmam, em nota de imprensa, os vereadores socialistas, defendendo que a génese dos problemas financeiros está no anterior mandato da CDU, sob a liderança de Maria das Dores Meira.
“Durante o mandato 2017/2021, os passivos financeiros aumentaram mais de 13,5%, as dívidas a fornecedores cresceram quase 9%, a dívida bancária de médio e longo prazo aumentou quase 20% e a dívida total da autarquia cresceu acima de 10%, de 50 milhões de euros para mais de 55,5 milhões de euros”, justificam.
Os vereadores socialistas salientam ainda que, no mandato 2017/2021, “a Câmara Municipal de Setúbal pagou quase 3,5 milhões de euros de juros de mora” e que, no actual mandato, “aplicou mais de 12 milhões de euros de uma garantia bancária no pagamento de dívida em atraso a fornecedores”.
Ex-autarca recorda “município falido” quando PS saiu da câmara
Na apresentação da nova sede de campanha (ver página 3), em resposta às acusações socialistas, Maria das Dores Meira afirmou que “a memória é curta e os senhores do PS comem muito queijo”, recordando que quando o PS saiu da câmara o município “estava tecnicamente falido”. A ex-autarca revelou que foi necessário celebrar um contrato de equilíbrio financeiro de 64 milhões de euros. “Foi pago certa de 100 milhões de euros (capital mais juro)”, explicou. “Entretanto, apareceram 30 milhões de dívida escondida que o Partido Socialista ocultou quando saiu da câmara”.
A agora candidata realçou que nos seus mandatos, foi pago todo o contrato, que acabou no ano seguinte ao seu mandato, “fez-se milhões de euros de obra”, deixando uma câmara “equilibrada financeiramente”.
No entender de Dores Meira, o PS “não tem qualquer legitimidade moral para falar na gestão financeira” da Câmara Municipal. “Foram o partido da bancarrota em Setúbal. E hoje são o populismo barato que só cria ruído para poluir o espaço público”, atirou.