O Movimento ‘Vitória Sempre’, grupo de adeptos que manifesta a sua preocupação pelo estado atual do clube, apresentou-se publicamente na noite de quinta-feira no Centro Cultural e de Solidariedade de Nossa Senhora da Conceição, em Setúbal. O advogado Cândido Casimiro explicou no final da sessão, que reuniu duas dezenas de associados do Vitória Futebol Clube, os motivos que levaram à criação do Movimento.
“Nas duas últimas Assembleias Gerais, em que não pude estar presente, o Sr. Presidente da Mesa (David Mestre Leonardo) conduziu os trabalhos da forma antidemocrática e prepotente. Daí para cá criaram-se dois grupos face à atitude do dirigente”, começou por dizer o porta-voz do grupo, aludindo ao ‘Movimento Pró Vitória’, que também esteve representado por alguns dos seus membros na sessão de ontem.
Por estarem de desacordo com a realização da Assembleia Geral cumulativamente ordinária e extraordinária, no dia 8 de Novembro de 2024, pelas 19h00, no Pavilhão Antoine Velge, o objectivo imediato do Movimento ‘Vitória Sempre’ está traçado. “Queremos que seja revertida esta Assembleia Geral, que sejam feitas Assembleias de acordo com os estatutos, isto é, uma Assembleia para aprovar as contas, uma Assembleia para o orçamento e uma Assembleia extraordinária para discutir os pontos que estão lá e que a direcção tem muita pressa, que é a venda do imobiliário e um projecto imobiliário que eu não sei o que é, mas que está na ordem de trabalhos”.
O advogado, que em 2020 fez parte dos órgãos sociais dos vitorianos, enquanto presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) na direcção presidida por Paulo Gomes, confessa não perceber a “pressa que há em apresentar e discutir projecto imobiliário para os terrenos do Complexo Desportivo do Bonfim (ponto 6 da ordem de trabalhos) e deliberar sobre a alienação de bens imóveis que integram o património do clube (ponto 7)” quando os sócios nem têm conhecimento do que está planeado.
“O problema é este, nós estamos hoje (ontem) no dia 31, estamos 8 dias da Assembleia, e eu, que sou sócio e tenho as quotas em dia, não sei nada. Não há qualquer comunicação a dizer o que é que querem fazer, o que é isto de projeto imobiliário, o que é isto de vender ou alienar, porque eles dizem que é alienar imobiliário. O que é isso? Eu sei que é vender, uma alienação é uma venda. Mas em que condições? Para quem e porquê? Vitória é parceiro, não é a venda… Isto é evidente, porque ninguém pode decidir em consciência se não conhecer as coisas”, frisa Cândido Casimiro.
O antigo dirigente, sócio do clube desde 1982 e advogado há 46 anos, foi questionado pelos jornalistas presentes sobre a possibilidade de avançar com uma ação cível para impedir a AG de 8 de Novembro. ““Ainda não está decidido, mas é uma questão que terá que se colocar, depende de como as coisas corram, mas é possível caso o presidente da Assembleia (David Mestre Leonardo) teime em continuar a violar os estatutos, alguém lhe terá que dizer que tem que parar”.