“A verdadeira solidariedade é dar aquilo que nos corre na veia”

“A verdadeira solidariedade é dar aquilo que nos corre na veia”

“A verdadeira solidariedade é dar aquilo que nos corre na veia”

Número de dádivas de sangue em Setúbal aumentou ligeiramente, mas permanece “muito aquém” das necessidades

As doações de sangue em Setúbal mantêm números considerados baixos, embora tenha existido um ligeiramente aumento em 2023 comparativamente com o ano anterior, sendo considerado “pouco” relativamente às campanhas feitas pela Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal.

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As garantias são dadas pelo presidente desta associação, que celebrou esta segunda-feira o 46.º aniversário, que explicou que em Setúbal houve um crescimento, sendo que em 2022 existiram 2500 dádivas, comparadas com as 3 mil de 2023, o que é visto como positivo, mas “é um positivo que fica ainda assim muito aquém”.

“É muito triste dizer isto, mas para uma população, entre Setúbal e Azeitão, de 120 mil pessoas, haver só três mil dádivas por ano é muito pouco”, refere Hermenegildo Alves em declarações a O SETUBALENSE. O responsável destaca que para tentar alcançar mais jovens, são muitas vezes usadas as redes sociais e através dos meios de comunicação, mas sem grande sucesso.

Quanto aos dados da cidade sadina, o líder da associação destaca também que actualmente na percentagem do género de dadores, 53% são do feminino é de 53% e o masculino são de 47%, algo que se inverteu nos últimos anos.

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Para Hermenegildo Alves é claro que tem de haver mais solidariedade. “A verdadeira solidariedade não é a de plástico à porta do supermercado, é a de dar aquilo que não que custa nada. Essa é que é a verdadeira solidariedade. Dar aquilo que corre na veia, que no espaço de um dia está todo de regresso”, atirou.

No entender do director, actualmente as pessoas “parece que estão mais egoístas”, explicando que desde 2010 têm-se vindo a perder dadores “por muitos motivos”. Segundo o relatório mais recente, que corresponde a 2023, os números estão muito similares aos de 2015.

“Estamos muito aquém daquilo que se passou em 2009, 2010 e 2011, em que fomos auto-suficientes em sangue. Actualmente os períodos críticos são os meses de Janeiro, e depois o mês de Agosto, até cerca de 15 de Setembro. Ou seja, na altura do Natal e das gripes e na altura das férias de Verão”, elucidou.

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Actualmente, uma das principais contrariedades para os doadores de sangue são as viagens, sendo que o mundo “luta contra várias epidemias” que tem havido, sublinhou Hermenegildo Alves. “Por exemplo, se a pessoa, e de acordo com as regras europeias para termos sangue de qualidade, passar uma noite ou duas na Andaluzia fica suspenso durante 28 dias. Deve-se às epidemias de vírus do Nilo, temos também o dengue, com casos confirmados em França”, clarificou.

Reservas de sangue pouco acima de metade do ideal

A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) alertou na passada semana para o facto de as reservas de sangue estarem pouco acima de metade do que seria ideal e apelou às doações.

“O ano de 2024 tem sido um ano muito atípico no que diz respeito à manutenção das reservas de sangue em níveis satisfatórios”, revelou Alberto Mota, presidente da FEPODABES, em comunicado.

Aberto Mota explicou que uma “reserva estável tem de ter cerca de 10 mil unidades de sangue no Instituto Português do Sangue e da Transplantação(IPST) e, neste momento, não é isso que se verifica, são cerca de 5 a 6 mil unidades de sangue”.

Algumas das consequências das baixas reservas de sangue que o responsável antecipa para os próximos meses, e que “já se verificam há meia dúzia de meses”, incluem o cancelamento de algumas intervenções cirúrgicas menos urgentes.

Próximas colheitas com datas marcadas

Neste momento a Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal já tem datas para as próximas colheitas, estando a mais próxima marcada para dia 5 de Novembro, nas instalações do INATEL, entre as 14h30 e as 19 horas. Nos dois dias seguintes, 6 e 7 de Novembro, o Instituto Politécnico de Setúbal terá uma carrinha da associação no local, entre as 9 e as 13 horas, em ambos os dias.

Também já está agendada uma colheita para 5 de Dezembro, no Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão, entre as 14h30 e as 19 horas.

A recolha de sangue é um procedimento rápido, que demora cerca de 30 minutos, e pode ajudar a salvar várias pessoas, já que uma única unidade de sangue pode ajudar até três vidas.

Todos os dias, os hospitais portugueses precisam de cerca de 1.100 unidades de sangue para responder às necessidades dos doentes.

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