O 25 de Abril, data maior da nossa história que pôs termo a 48 anos de repressão e opressão, que trouxe a liberdade e tantas justificadas esperanças, as básicas já concretizadas: liberdade de expressão e formação de partidos políticos, sindicatos, cooperativas, comissões de moradores e de trabalhadores, fortalecimento e democraticidade do movimento associativo popular e tantas outras importantes iniciativas e instituições. Por exemplo, também de âmbito desportivo e cultural. Além disso, criou as bases para uma sociedade bem mais justa, com a Reforma Agrária, as Nacionalizações, o Serviço Nacional de Saúde.
Passados 50 anos dessa data libertadora, as assimetrias e injustiças, fruto da política que o PCP, denomina, e bem, de direita, têm vindo a acentuar-se. Seja essa política exercida pelos governos dos partidos da direita, ou do PS.
É inadmissível e totalmente contrário ao espírito do 25 de Abril, que atualmente 2,7 milhões de trabalhadores ganhem menos de mil euros, dois milhões de pessoas estejam na pobreza, mais de um milhão de reformados, recebam até 510 euros e um milhão e setecentos mil utentes não tenham médico de família.
Estes, são apenas exemplos que podem juntar-se às enormes dificuldades no setor da habitação que afetam tantas famílias. Sobretudo jovens estudantes universitários e tantos outros, que por estes motivos, pela precariedade e baixos salários, não podem constituir família e muitos tenham de recorrer à emigração. Mas, a par de tudo isto, a banca e os grupos económicos arrecadam lucros fabulosos. E, por exemplo no setor do comércio, estabelecem os preços que lhes convém, criando dificuldades a agricultores e engolindo pequenos e médios comerciantes.
Mas isto não é fruto de fatalidade nenhuma! É fruto da eficácia dos media dos donos dos bancos, dos grupos económicos e de mais meia dúzia de privilegiados que os partidos da direita, reforçados agora com a IL e o Chega, e o PS, representam. Ao convencer, quem não deve, a votar neles.
Portanto, para bem do povo e do País, o 25 de Abril não deve esmorecer. Por isso é que se diz: 25 de Abril Sempre! Há gente e outros partidos que não o vão deixar apagar-se. Por exemplo, já nos dias 13, 14 e 15 do próximo mês de Dezembro, aqui na nossa região (Almada), irá decorrer o XXII Congresso do principal deles, que teima em manter Abril bem vivo para que se cumpram os seus ideais. São públicas as respetivas teses que irão ser amplamente discutidas e porventura alteradas. Vejam o que propõem, para termos um país bem mais justo e simétrico.
Portanto, o problema não é que não haja pão! Que não haja até meios para se conseguir mais! E o país, ao contrário do que tentam fazer crer, tem condições para termos todos pão suficiente! Não há é vontade dos que têm mandado nele, de o fazer. Como disse o Zeca: “eles comem tudo e não deixam nada”.
Não podemos desistir de acabar com este festim. Temos de dar bem mais força a quem quer que o 25 de Abril seja para sempre e para todos.