Objectivo é imortalizar no tempo a memória dos montijenses que foram detidos pelo antigo regime
O executivo municipal aprovou na passada quarta-feira uma moção apresentada pela vereação da CDU que visa a construção de um “monumento escultórico” de homenagem a todos os presos políticos naturais ou residentes no Montijo à data da sua detenção pelo regime da ditadura (antes do 25 de Abril de 1974).
“Que esta homenagem assuma a forma de monumento/elemento escultórico, que dignifique e imortalize no tempo a memória destes resistentes antifascistas com ligação ao concelho do Montijo”, lê-se no documento, que foi apresentado na sessão pelo vereador comunista Nuno Catarino.
Enumerado na moção está ainda um conjunto de organizações, junto das quais devem ser recolhidos contributos para a concretização da homenagem. A saber: União de Resistentes Antifascistas Portugueses – Núcleo do Montijo; Museu do Aljube – Resistência e Liberdade; Museu da Liberdade e Resistência de Peniche; Partido Comunista Português; Bloco de Esquerda; Partido Socialista; PCTP-MRPP; CDS/PP; PSD; e “outras entidades que a Câmara Municipal entenda necessárias para a composição da lista completa dos presos políticos, naturais ou residentes em Montijo, à data da sua detenção”.
E anexo ao documento foi uma “listagem de resistentes antifascistas” do concelho que cumpriram pena na prisão de Caxias, num levantamento efectuado pelo comunista Joaquim Batalha, conforme realçou o vereador Joaquim Correia, do Partido Ecologista “Os Verdes”.
O documento foi aprovado por maioria, com os votos favoráveis de PS (três), CDU (dois) e do vereador independente Ilídio Massacote (eleito pelo PSD). João Afonso, vereador do PSD, votou contra, por considerar que o PCP “não é um partido democrático”.
A homenagem insere-se no contexto das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.