Centro de recolha animal em Setúbal dá nova vida e carinho a cães e gatos e apela à adopção

Centro de recolha animal em Setúbal dá nova vida e carinho a cães e gatos e apela à adopção

Centro de recolha animal em Setúbal dá nova vida e carinho a cães e gatos e apela à adopção

É crime, mas o abandono de animais continua. Em Setúbal, CROAC e voluntários apelam ao amor para com os amigos de quatro patas

Inaugurado em Junho de 2021, o CROAC — Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia do município de Setúbal, localiza-se junto do Parque Municipal de Poçoilos e veio reformular por completo o conceito de antigo canil e gatil municipal. Antes, os animais errantes capturados que, após algum tempo, não fossem adoptados, eram abatidos, hoje isso não é permite por lei.

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“Isso já não acontece. Os animais não são batidos, são trados e ficam no CROAC até serem adoptados”, garante a vereadora Carla Guerreiro, vice-presidente da Câmara de Setúbal, responsável também por esta área municipal. O problema é que nem sempre a adopção acontece. “Temos animais desde que o CROAC abriu”, diz e, com estes e outros que vão chegando, a capacidade das instalações está “esgotada”.

Para fazer face ao condicionamento de espaço, a autarquia tem em perspectiva alargar o CROAC para uma zona da quinta onde funcionava uma vacaria e, avança a vice-presidente, que foi apresentada uma candidatura a fundos estruturais para melhorar a área do centro. Mas, na sua opinião, “o problema não se resolve com a ampliação das instalações, resolve-se através da adopção”.

Com cerca de uma centena de animais, entre cães e gatos instalados, o grande esforço daquele serviço, incluindo o de voluntários que com ele colaboram, tem sido, em grande parte, direccionado para motivar as pessoas a adoptarem um animal a partir do CROAC.

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“Há quem compre animais ou pela raça ou outro motivo, e alguns, pela sua natureza genética, têm uma saúde muito frágil. Se adoptarem um animal no CROAC, seja jovem ou não, podem ter um animal dócil com todos os cuidados de saúde ajustados à idade: esterilizado, com as vacinas em dia e com o microchip para animais de estimação, e sem pagarem por isso”.

A colocação do microchip nos animas, um procedimento que chegou a ser controverso, é actualmente “obrigatório”, afirma a autarca. Aliás, tanto este é obrigatório como “é crime abandonar animais”, embora a prática de abandono continue a acontecer.

Casos há em que são os próprios donos dos animais que os querem entregar nas instalações municipais, uma prática que diz a vereadora que não pode ser recorrente por falta de espaço no centro. “Quem acolhe um animal tem de ter consciência de que pode mesmo tê-lo. Não pode, por um qualquer motivo, querer descartar-se do seu amigo”.

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Quanto a colocação do microchip, explica que o CROAC só o faz com os animais errantes que acolhe, de resto, este procedimento tem de ser feito num veterinário. A excepção é para o caso de esterilização dos animais quando as pessoas comprovem terem dificuldades económicas para assumirem esse custo.

Com o centro a acolher animais errantes e outros que são sequestrados por ordem do Tribunal, por exemplo em caso de maus-tratos ou por serem perigosos, os funcionários não têm mãos-a-medir. Além do trabalho no centro, como alimentar e cuidados de saúde, têm ainda de acorrer à recolha de animais abandonados ou perdidos e trabalharem com as comunidades locais que acompanham colónias de gatos.  

“Nós recebemos algumas participações por parte da GNR, PSP e do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente principalmente por denúncias feitas por munícipes, depois as nossas veterinárias fazem a avaliação dos animais. É muito trabalho e tempo ocupado”. Com tudo isto, afirma Carla Guerreiro que é fundamental a ajuda de voluntários.

E “são muitos” aqueles que querem colaborar com o CROAC. “Os animais precisam de carinho, de serem passeados para não estarem sempre nas suas casinhas no centro, de tomarem banho e serem escovados. Os animais são seres e não coisas, precisam de acompanhamento social”.

Neste momento, o CROAC tem um programa em que, uma vez por mês, a um sábado, recebe voluntários para acompanharem os animais, “mas como temos muitas pessoas interessados em dar essa ajuda, estamos a pensar alargar para duas visitas por mês”. Para esta missão, os voluntários passam por uma entrevista com as veterinárias e recebem um seguro da Câmara Municipal.

Além deste préstimo, os voluntários são ainda importantes no trabalho para adopção dos animais através dos seus contactos pessoais e redes sociais. “A adopção é um acto de carinho, e fundamental para que deixem de existir animais errantes. E, quando se perdem, é o Microchip que permite serem relacionados com o dono”, reafirma Carla Guerreiro.

O Dia Mundial do Animal é celebrado anualmente a 4 de Outubro, data que corresponde ao Dia de São Francisco de Assis, o santo padroeiro da ecologia e dos animais, e tem como objectivo chamar a atenção para a condição e bem-estar dos animais.

Esta data foi criada pelo escritor e editor alemão da revista «Homem e Cão» (“Mensch und Hund”) Heinrich Zimmermann e celebrado pela primeira vez em 1925. 

 A celebração do Dia Mundial dos Animal une o movimento de bem-estar animal, mobilizando uma força global para tornar o mundo num lugar melhor para todos os animais. É celebrado de formas diferentes em cada país, independentemente da nacionalidade, religião, fé ou ideologia política. 

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