Dez novas assinaturas foram feitas esta segunda-feira no evento que oficializou o arranque da iniciativa
Depois de os municípios de Setúbal, Sesimbra e Palmela terem assinado com a Agência de Energia e Ambiente da Arrábida (ENA) um memorando de descarbonização do Território Arrábida eis que o processo está agora materializado no projecto Arrábida Zero Emissões.
No total são já 28 entidades signatárias do projecto – sendo que entraram ontem novas 10 assinaturas –, que quer envolver mais municípios, empresas, associações e as comunidades locais. O objectivo é único e comum, atingir a neutralidade carbónica no território e contribuir para a mitigação das alterações climáticas, e para isso é necessário “agregar e activar acções de descarbonização do território, procurar oportunidades de financiamento, e monitorizar os progressos na redução das emissões”, como explicou o director técnico da ENA, Orlando Paraíba, no evento de lançamento do projecto que decorreu na manhã desta segunda-feira.
Para já está a decorrer a construção do regulamento que termina no final do mês de Outubro.
Carla Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da ENA, referiu que este é um “compromisso colectivo” e que é importante o envolvimento de todos “neste esforço que é grande e que acaba por mobilizar a sociedade no geral”.
O evento contou ainda com a intervenção de Dinis Rodrigues, especialista do Banco Europeu de Investimento (BEI), que apresentou os principais mecanismos de financiamento para este tipo de projectos.
Roteiro de Descarbonização conta com 33 medidas
Para cada um dos três municípios envolvido está já delineado um roteiro de descarbonização e, no caso de Setúbal, contam-se um total de 33 medidas para que a autarquia possa diminuir as emissões de CO2 (dióxido de carbono).
Caso disso foi a substituição, por parte da câmara municipal, em 2020, de mais de 10 mil luminárias de iluminação pública por lâmpadas LED, economizadoras de energia que prevê a redução das emissões em 889 (tCO2eq/ano). Já em Palmela foi instalada uma Central Fotovoltaica na Quinta do Anjo, em 2022, para diminuir 6 mil (tCO2eq/ano).
Entre as medidas elencadas no documento, disponível para consulta no novo site do projecto (https://www. arrabidazeroemissoes.pt/), estão por exemplo a “oferta de transportes públicos gratuitos/subsidiados a toda ou parte da população” para torná- -los mais atractivos. Classificado com máxima prioridade, que deverá custar 2,6 milhões de euros, este pode vir a ser financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), pelo Lisboa 2030 ou pelo Portugal 2030.
Duas das medidas mais caras são, por exemplo na Mobilidade, a gestão inteligente da mobilidade que se traduz como o “vias alternativas em função do tráfego verificado”, que custará cerca de 7.350 milhões de euros, ou a promoção das Comunidades de Energias Renováveis (CER), para “10% do consumo da energia eléctrica garantida através da CER”, que deverá custar 1.056 milhões de euros.