É um lema português, hoje em dia pouco, ou menos visto e que a cultura, e tradição escrevia num azulejo, tão típico e português como ele mesmo, que pendurado á entrada de casa, sobre a porta, diz muito de como somos e recebemos. E estará errado…? Claro que não!
Em minha casa, minhas regras, meus hábitos e costumes. Minha cultura! E não vejo mal nenhum nisso, como não me constrange em casa dos outros, por sua vez, suas regras, hábitos e costumes respeitar. Pois indo os mesmos contra os meus princípios e ideais, é casa que não visito, sítio a onde não fico, gente que não me interessa.
De porta fechada e só trancada quando se justifica, em minha casa entra quem me visita, quem eu convido ou quem vem para trabalhar. Amigos, colegas e vizinhos, recebo de braços abertos e sorriso. De mão estendida num cumprimento de respeito, recebo aqueles cuja atividade profissional, por mim requisitados ou não, os traz á minha porta. Em minha casa, podendo evitar, não entra quem vem para me roubar, enganar ou explorar, viver á minha custa sem em troca nada querer dar. Até porque pouco há, que mais importante seja para mim, do que a integridade do meu lar e o bem-estar e segurança da minha família. E até aqui, tudo me parece bem e até creio que em tudo, quase todos concordamos.
Daí, que um olhar para alem dela, do meu bairro ou cidade e querer para o meu país e todos os que nele vivem, o mesmo bem-estar e segurança, não me pareça em consciência, que nada tenha de errado. E esperar, quiçá exigir, que aqueles que o governam, em vez de politicamente se servirem, querendo uns que vejamos nos que chegam a salvação e outros, a perdição. Sejam visitas, para o conhecer, disfrutar e economicamente contribuir, ou principalmente quem, fugindo da guerra, da fome ou apenas atrás de vida melhor, venha para trabalhar. E se dos primeiros, chegados de avião, limusine ou bicicleta, pelos princípios e regras éticas e morais, leis sociais e judiciais do meu país eu espero respeito. Em troca do bom serviço e clima, simpatia, beleza natural e riqueza cultural, não lhes prestando vassalagem ou submissão, apenas porque turistas são. Aos segundos, oriundos de um qualquer ponto do mundo, Palop ou não e cujas diferenças de aceitação e trato já não fazem sentido. E que em busca de trabalho, quando de mangas arregaçadas, humildade e honestidade, os sei por exemplo: sujeitos ao horário que a maré dita, homem ou mulher, cinco da manhã ou onze da noite, agosto ou janeiro e água pela cintura a meio do Tejo, ou na beira de uma estrada, igualmente molhados, mas de suor, de roçadora a tiracolo, limpando terrenos, é o meu respeito e o de todos, que merecem. Revoltando-me as condições em que por vezes vivem ou são reconhecidos e a ilegalidade laboral, de que alguns se aproveitam. Aceitando de bom grado as suas diferenças e cultura, social e religiosa, quando inserida na nossa. Que não permite olhar a mulher como ser menor, subjugar credo, raça ou sexo, extremismos políticos ou religiosos, ou qualquer abuso, das tais regras e princípios, éticos e morais, de conduta e postura social e leis, que defendem que somos e como somos.
Somos um povo que diz bom dia, tarde ou noite, com quem se cruza e respeita nos outros o trabalho, o descanso, espaço e direitos, exigindo deveres e que não sorri apenas mercantilmente, quando atrás de um balcão.
Perfeita a nossa sociedade… longe disso e “ovelhas ranhosas”, todo o rebanho tem e basta-nos as nossas, e sei: reconheço-o, ser esta uma forma simplista de ver a questão e peque por isso. Mas será tão complicado assim…ou, convém que o seja…