A TAP podia e devia ser o rosto de Portugal no mundo. E uma empresa pública de importância estratégica para a economia nacional. Mas não é. Não é, exatamente devido às suas potencialidades. Por isso, os grandes empórios da sua área, a Air France, a KLM ou a Lufthansa, lambem os beiços sempre que o governo PSD ou PS, anunciam a sua privatização. A última, feita à pressa pelo governo laranja com Passos Coelho ao leme, Miguel Pinto Luz (MPL) como secretário de Estado das Infraestruturas e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças, até foi feita, comprada, com o dinheiro da própria empresa. É o relatório da Inspeção Geral de Finanças que o diz.
Depois, o governo PS com António Costa a liderar e João Galamba com o mesmo cargo que MPL, voltaram a nacionalizá-la. Mas, nunca o esconderam, para a preparar melhor, para render mais, com vista à sua privatização. E é isso que Luís Montenegro e o seu Executivo preparam de novo. Aliás, como fizeram, os dois partidos alternantes no Governo, a outras importantes empresas. Como por exemplo, a EDP, a GALP, a Cimpor ou os CTT. Depois dizem que o Estado não tem dinheiro. Pudera!
Portanto, sem o que deveria ser a sua principal fonte de receitas, o seu património, as grandes empresas, resta-lhes esvaziar os já depauperados bolsos da grande maioria dos contribuintes, com impostos. E como os poupam às grandes empresas, aos grupos económicos, depois dizem que não há dinheiro para pagar decentemente aos funcionários públicos, aos professores ou ao pessoal da Saúde. médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar. Mais uma vez, quem perde é a maioria dos contribuintes. Ou seja, o povo. E o País não se desenvolve e mantém as imorais assimetrias sociais. E para beneficiarem os que já mais têm, o capital, castigam o povo até no mais importante: o seu bem-estar, a saúde. Não é nesse sentido as medidas que foram agora anunciadas pela ministra da Saúde?
Três meses após aprovarem o Plano de Emergência e Transformação na Saúde, o que é que deu? Não sabemos todos? E, especialmente, todas? Quantas não passaram já pela angústia de terem de parir em ambulâncias, ou ver serviços de neonatologia fechados ou a funcionarem a meio gás.
Estes serviços, e tantos outros! E as filas para se conseguir uma consulta? Principalmente de especialidade. E os hospitais que não se constroem, como no Seixal, onde autarcas e populações andam há décadas a lutar e a reclamar. Com o aumento da população, com o hospital mais próximo, o Garcia de Orta em Almada, a rebentar pelas costuras e o povo a aguentar
Perante este quadro necessariamente bastante incompleto, que fez agora o Governo da AD? Resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde aumentando substancialmente o seu orçamento? Antes pelo contrário! As vinte unidades de Saúde Familiar Modelo C, entregues aos setores privado e social, são mais uma machadada no SNS. Este sim, como está provado à saciedade, é que é a melhor e mais justa solução para a saúde de todos os portugueses.