O jornalismo sério, imparcial e independente é essencial para o acesso a informação credível e de confiança
Não sendo naturalmente sinónimos, é impossível dissociar o jornalismo dos ideais da liberdade e da democracia.
Sem órgãos de comunicação social livres, independentes e isentos não há liberdade de informação, de expressão e de opinião.
A chamada liberdade de imprensa é factor inegável de uma democracia madura e de fundações sólidas.
O Portugal democrático, pós 25 de Abril, foi também trilhado nos caminhos de um jornalismo sério, plural, defensor dos direitos, liberdades e garantias de um povo, que amordaçado durante várias décadas, pode finalmente expressar livremente os seus direitos humanos e sociais.
Poder-se-ia pensar que em pleno século XXI, nesta era marcada pelas redes sociais, pelos meios digitais e pela profusão de informação que circula a uma velocidade nunca vista, o jornalismo perdeu influência e razão de ser.
Nada de mais errado! A reduzida participação política das populações, o crescimento do populismo, a proliferação de fake news vieram demonstrar que o jornalismo tem ainda um papel preponderante no combate a estes fatores de perigo para as sociedades ocidentais.
O jornalismo sério, imparcial e in dependente é essencial para o acesso a informação credível e de confiança.
Sermos e estarmos informados é termos a capacidade de escrutínio ativa, de distinguirmos o certo do errado, o verdadeiro do falso, as oportunidades das ameaças. Nas sociedades democráticas e livres, o exercício do jornalismo tem efeitos positivos na esfera política e na qualidade da democracia.
Por isso, enquanto representante político, não posso deixar de salientar a importância que também
os políticos têm na obrigatoriedade da defesa de um jornalismo plural, livre de amarras políticas e económicas, um jornalismo representativo daquilo que são os ideais e os valores da nossa sociedade.
É certo que as ameaças ao exercício do jornalismo provêm de várias frentes. Alguns até devem preferir que não existam jornais e jornalistas. Esses teriam certamente o caminho mais facilitado na busca incessante de poder.
Os outros, ou seja, todos nós, teríamos convictamente uma ameaça à nossa liberdade. Nunca é demais relembrar: o jornalismo e a liberdade de imprensa são pilares fundamentais do Estado de Direito democrático e qualquer ameaça à sua integridade coloca em risco o funcionamento de uma sociedade livre e democrática!
Neste aniversário d’ O Setubalense celebremos a liberdade de imprensa e a democracia. Celebremos, igualmente, a longevidade, mas sobretudo a relevância e a resiliência d’O SETUBALENSE.
A todos os seus diretores, jornalistas, colaboradores e leitores, deixo votos de sucesso no futuro, na consciência que o sucesso de um jornal é tanto maior, quanto mais for a sua capacidade de ser
livre e independente.
Presidente da junta da União de Freguesias de Montijo e Afonsoeiro
Fernando Caria