Requalificação deve arrancar ainda este ano ou, o mais tardar, no início de 2025. Investimento total estimado em 27 milhões de euros
O Barreiro Velho vai ficar como novo, depois de concluída uma operação de requalificação nesta zona histórica da cidade, cujo investimento global está estimado em cerca de 27 milhões de euros. O executivo municipal aprovou por unanimidade, no passado dia 17, a abertura do concurso público para a adjudicação da obra, dividida em duas fases e a incidir numa área de aproximadamente 72 mil metros quadrados.
A primeira fase dos trabalhos deverá arrancar ainda este ano ou, o mais tardar, em Janeiro de 2025, e tem prazo de execução de 365 dias. Começará pelo reperfilamento da Rua Miguel Bombarda, intervenção que representa “um investimento na ordem dos 5 milhões de euros, sustentado na íntegra pelo município, com recurso a crédito bancário”, disse Rui Braga, vice-presidente da Câmara Municipal do Barreiro e responsável pelo pelouro das Obras Municipais, na véspera de ser aprovado o lançamento do concurso para a intervenção no espaço.
De acordo com o autarca, a segunda etapa da operação de requalificação – que deverá subdividir-se em duas outras fases – tem um horizonte temporal de cerca de dois anos para estar pronta e conta com financiamento “ao abrigo do Portugal 2030”. Se o processo correr como previsto, a empreitada deverá estar concretizada, no seu todo, dentro de três anos e meio a quatro anos.
A dimensão da operação e o valor do investimento envolvido tornam esta remodelação na empreitada de maior exigência do município, admitiu Rui Braga.
Reformulação total inclui serigrafias com história local
A intervenção vai permitir “reformular todo o espaço público” do Barreiro Velho. “Tudo o que é público, menos habitações degradadas”, frisou.
“Queremos que esta zona fique completamente nova e extremamente valorizada. Vamos requalificar tudo no espaço público, passeios, iluminação, mobiliário, infra-estruturas no subsolo… vamos até incluir a gravação de algumas serigrafias no solo com partes da história do Barreiro”, detalhou então o socialista, em declarações a O SETUBALENSE.
O objectivo da execução deste projecto, considerado “estruturante”, passa por tentar transformar o Barreiro Velho “num espaço de visitação, de fruição”, o que entronca “na filosofia” do executivo municipal de “devolver a cidade aos barreirenses”, acentuou o vice-presidente, para lembrar ainda que a execução da empreitada faz parte das “promessas eleitorais” apresentadas pelo Partido Socialista no concelho.
Rui Braga olha também para esta requalificação sob um outro prisma, como um estímulo para uma acção paralela dos proprietários privados. “O sector público deve dar o exemplo do que deve ser a renovação da cidade. Que esta obra possa contagiar os privados a reabilitarem os seus imóveis degradados”, observou.
A intervenção contempla a criação de percursos pedonais e a melhoria das acessibilidades ao centro da cidade e à zona ribeirinha, com a perspectiva de contribuir para a revitalização social, económica e urbanística do Barreiro Velho.
Mensagem Frederico Rosa realça conjugação de investimentos
Mesmo a cumprir um período de férias, Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, não deixou de assinalar a aprovação da abertura do concurso para adjudicação da obra de requalificação do Barreiro Velho. O autarca recorreu à sua página pessoal no Facebook para sublinhar o momento, através de uma curta mensagem, com referência a outros investimentos já garantidos. “Aprovado concurso da 1.ª fase da transformação do Barreiro Velho, conjugada com investimento privado na habitação e público com [a] recuperação da Escola Conde Ferreira e Esquadra da PSP e aquisição do Teatro Cine efectuada para a sua reabilitação”, escreveu o líder do executivo, na publicação partilhada na passada quarta-feira, dia em que foi aprovado, por unanimidade, o lançamento do concurso público para a adjudicação da obra.