Acidentes no primeiro trimestre do ano aumentaram nas estradas portuguesas, face a igual período de 2023. Em termos globais, registaram-se mais mortes, mais feridos graves e ligeiros
O número de vítimas mortais resultantes de acidentes nas estradas portuguesas aumentou no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2023, mas diminuiu no distrito de Setúbal. De acordo com o relatório de sinistralidade revelado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) na passada sexta-feira, Setúbal foi o distrito que registou a maior diminuição de mortos (menos oito) em acidentes nos primeiros três meses de 2024, face a igual período do ano anterior, seguindo-se o distrito de Aveiro (menos cinco vítimas mortais).
Segundo os dados da ANSR, em termos globais, registou-se um aumento em quase todos os indicadores da sinistralidade rodoviária no primeiro trimestre deste ano: 103 vítimas mortais, 513 feridos graves e 9 254 feridos ligeiros, num total de 7 918 acidentes.
“Observaram-se aumentos em todos os indicadores, excepto no índice de gravidade. Registaram-se mais 251 acidentes (+3,3%), mais duas vítimas mortais (+2,0%), mais 17 feridos graves (+3,4%) e mais 337 feridos leves (+3,8%)”, precisa a ANSR.
O agravamento em todos os indicadores de sinistralidade foi “mais expressivo” em Fevereiro, com aumentos de 28,6% nas vítimas mortais, 14,7% nos feridos leves, 12,9% nos acidentes e 7,6% nos feridos graves. Março deste ano, quando comparado com o de 2023, apenas registou “aumentos nas vítimas mortais (+ 6,5%)”, faz notar a ANSR.
A colisão representou o tipo de acidente mais frequente, correspondendo a 51,4% dos sinistros, 43,7% dos mortos e 44,6% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 32,8% do total de acidentes, foram responsáveis por 42,7% das vítimas mortais.
Os desastres fora das localidades (54%) foram ligeiramente superiores aos que ocorreram nas localidades (49%) e, comparativamente com igual trimestre de 2023, houve um aumento das vítimas mortais dentro das localidades.
A ANSR indica também que cerca de 72% do total de mortes entre Janeiro e Março correspondeu a condutores, enquanto 14,6% eram passageiros e 13,6% eram peões. Comparativamente com 2023, o número de vítimas mortais aumentou 15,6% entre os condutores e diminuiu 36,4% entre os peões.
Nos três primeiros meses do ano, face ao período homólogo de 2023, verificou-se um aumento no número de acidentes em 12 dos 18 distritos, com maior expressão em Évora (+37,5%), Viana do Castelo (+18,0%) e Faro (+11,5%). O número de vítimas mortais aumentou em oito distritos, com as maiores subidas em Leiria, Évora e Braga (+9, +6 e +5, respectivamente). Metade do número de vítimas mortais ocorreu na rede rodoviária sob a responsabilidade das Infraestruturas de Portugal (40,8%) e da Brisa e Ascendi (4,9%, cada).
